Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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O Palmeiras no retrovisor

Domingo pode marcar retomada dos paulistas em busca do bicampeonato

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Ter elenco para disputar dois torneios ao mesmo tempo não é para qualquer um.

O Palmeiras não é qualquer um. Nem o Flamengo, mas o alviverde tem o elenco que falta ao rubro-negro.
Por sorte, azar ou ironia, é o clube carioca que disputa dois campeonatos desde que o Grêmio, que sabe poder disputar apenas um, eliminou o paulista da Libertadores.

Já se disse aos quatro cantos do país que o Palmeiras pode perder um titular porque tem reserva à altura. O Flamengo não.

Dudu disputa a bola com Uendel durante partida entre Palmeiras e Inter
Dudu disputa a bola com Uendel durante partida entre Palmeiras e Inter - Diego Vara -29.set.2019- Reuters

É fora de discussão, também, que time por time, considerados apenas os titulares, o Mengão é melhor que o Verdão.

Se dúvidas houvesse, a traulitada por 3 a 0 no Maracanã, no primeiro turno, as dissipou.

Só que neste domingo (6), o líder do Campeonato Brasileiro joga pela manhã em Chapecó contra o desespero da Chapecoense, em vias de cair pela primeira vez na sua sexta participação na Série A, sem, pelo menos, três titulares: Filipe Luís, De Arrascaeta e Gabriel, o Gabigol.

Obviamente que mesmo assim o favoritismo é todo vermelho e preto, porque até o Corinthians ganhou da Chape nos últimos dias e sem nenhum jogador da qualidade dos flamenguistas, noves fora o gigante Cássio, goleiro de tamanha personalidade que ninguém o chama de São, embora merecesse.

(Futebol é cultura: existe um São Cássio, bispo de Nárnia, que morreu em 558, em Roma, famoso por sua generosidade).

Desgastado pelo jogo contra o Grêmio em gramado pesado, além do cansaço psicológico, o Flamengo corre riscos em Santa Catarina.

Já o Palmeiras recebe o Atlético Mineiro em franca decadência a tal ponto que perdeu para o Vasco no Horto.

Fácil nada é no Brasileiro, mas, convenhamos, o Galo é zebra e, para seu infortúnio, conhecido do número 1 ao 11 por Mano Menezes.

Verdade que, suspenso, o técnico não estará no banco, mas seu retrospecto recente nos clássicos mineiros é francamente favorável: derrotou o adversário em duas finais de Campeonato Mineiro, em 2018 e 2019, e o eliminou nas quartas de final da Copa do Brasil desta temporada, além de ter passado a semana inteira totalmente dedicado a treinar, algo impensável para Jorge Jesus, às voltas pela primeira vez com o absurdo calendário nacional.

Em bom português: não será um despautério pensar que o Palmeiras, ao término desta 23ª rodada, chegará aos mesmos 49 pontos do primeiro colocado, embora com uma vitória a menos.

Rio-2016

Dez anos atrás, no dia 2 de outubro, em Copenhague, na Dinamarca, o Rio de Janeiro foi escolhido para sediar a Olimpíada. Belíssima, diga-se, inesquecível.

Mas, como sempre dito aqui, perdulária, corrupta e incapaz de deixar legado algum para o esporte do país.
Hoje seus principais comandantes estão às voltas com a Justiça e, como previsto, os equipamentos construídos para recebê-la abandonados, sucateados, monumentos do desperdício e da criminosa irresponsabilidade dos que a conceberam.

O orgulho transformado em vergonha, a festa como velório.

De tudo, o mais constrangedor é constatar o silêncio cúmplice dos que, só agora, fingem indignação, como se não fosse pedra cantada.

Nada mais antipático que o velho “nós já sabíamos” ou “bem que nós avisamos”.

Registro obrigatório diante de algumas reações desmemoriadas que insistem no mentiroso argumento “à época ninguém disse nada, todos festejaram”. Definitivamente, não!

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