Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Flamengo e Vasco foi o jogo dos oito erros

O primeiro é o dos especialistas que insistem em menosprezar a emoção do gol

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Pois eis que tivemos um Flamengo x Vasco histórico na semana que passou, com o 4 a 4 comentado em São Paulo como se o Maracanã fosse dentro da capital paulista.

Impossível encontrar nas ruas paulistanas alguém que não falasse com entusiasmo do clássico carioca.
Porque o torcedor comum é muito mais divertido do que nós, os especialistas.

Que buscamos sempre o erro, o deslize, e não raramente reduzimos o turbilhão de gols às falhas da defesa.

Jogadores de Flamengo e Vasco disputam a bola durante partida do Campeonato Brasileiro
Jogadores de Flamengo e Vasco disputam a bola durante partida do Campeonato Brasileiro - Mauro Pimentel -13.nov.2019/AFP

No que se comete o primeiro erro do jogaço.

O segundo não pôde ser encontrado no 1 a 0, fruto de jogada espetacular de Reinier ainda antes de o relógio marcar 40 segundos da partida.

Mas, sim, no erro de Rodrigo Caio, que se mandou à frente e demorou a recompor sua defesa para propiciar o empate cruzmaltino: 1 a 1.

O terceiro erro, então, foi claro, quando o mesmo zagueiro derrubou Pikachu na área sem precisar. Como que minimiza-se a caneta dada pelo vascaíno em Pablo Marí, espetacular, e a própria cobrança do pênalti, sem chances para Diego Alves, que havia pegado duas batidas da marca da cal no embate do primeiro turno, no Mané Garrincha, que terminou 4 a 1 para o Flamengo.

É, aquele jogo poderia perfeitamente ter sido 4 a 3.

O quarto erro resultou no quinto, quando a retaguarda de São Januário bobeou e se deixou levar pela esperta batida de falta de Gabigol para Rafinha cruzar rasteiro e Danilo Barcelos desviar contra sua própria rede: 2 a 2.

Então veio o sexto erro, já no segundo tempo, quando a dupla de zaga rubro-negra permitiu que Marcos Júnior, livrinho da Silva, fizesse o 3 a 2.

Não perca as contas, como se diz na televisão.

O sétimo erro foi daqueles típicos que especialistas gostam de observar, porque Bruno Henrique partiu com a bola dominada quase do meio de campo e não apareceu nenhum vascaíno para derrubá-lo.

Vade retro, especialista!

Ainda bem que a ausência de um botinudo ensejou o golaço do atacante rubro-negro: 3 a 3.

No quarto gol, dele mesmo, que pena!, não houve erro.

Finalmente, o oitavo erro foi duplo, de Rodrigo Caio e de Diego Alves, já nos acréscimos, ao não cortarem a bola que Ribamar cabeceou para decretar o derradeiro empate.

Pois é. Erros e mais erros.

Curiosamente, para Pikachu, “um dos três melhores jogos do Campeonato Brasileiro”.

Para o técnico Jorge Jesus, espetáculo “excelente”.

Vanderlei Luxemburgo, que há muito tempo não vivia jornada tão especial, concordou.

Quem pode dizer o contrário se o torcedor gostou, os protagonistas adoraram e os narradores disseram ter sido uma partida épica?

Claro, nós, os especialistas!

Sejamos críticos sim e sempre. Apontemos o errado doa a quem doer. Não nos deixemos levar pela corrente e mantenhamos posição contramajoritária, ainda mais quando vemos até ministros do STF se curvarem à voz das ruas.

No entanto, sermos mal-humorados, jamais!

Flamengo 4, Vasco 4, foi uma festa inesquecível, divertidíssima, melhor ainda que Flamengo 5 a 0 sobre o Grêmio, porque o tempo todo foi um jogo de dois times, e não como na segunda etapa entre cariocas e gaúchos.

Neste domingo (17) pode ter mais. Exatamente entre Grêmio e Flamengo.

Kirrata

Na edição digital deu para corrigir rapidamente. Para quem leu no impresso, fica aqui o pedido de desculpas por ter trocado o título do excelente filme sul-coreano “Parasita” por “Privilegio”.

De onde saiu a troca é coisa para o demo explicar.

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