Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

Flamengo terá maior torcida do mundo no sábado

Time não jogará decisão apenas com o apoio de sua nação

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Esqueça que neste sábado (23) o Santos receberá o Cruzeiro, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Brasileiro, para azar dos mineiros em luta para não cair.

Se a rara leitora e o raro leitor são corintianos, o jogo que interessa é o do Flamengo, pela final da Libertadores, em Lima, no Peru, contra o River Plate.

Caso o rubro-negro vença, o alvinegro tem grande chance de estar no torneio continental no ano que vem.
Aliás, se você é são-paulina ou são-paulino e tem juízo, melhor também cerrar fileiras em apoio ao time carioca, porque, aí, uma vaga estará quase certa, situação que ainda reúne coloradas e colorados.

Isso mesmo!

Nem se trata de torcer pelo time brasileiro porque nosso espírito de porco é maior que o nacionalista e, normalmente, torcemos contra os rivais mesmo que do outro lado estejam times estrangeiros.

Trata-se apenas de torcer pelo seu interesse e o que interessa a Corinthians, São Paulo e Inter é que o Flamengo abra mais uma vaga para 2020.

Torcedores do Flamengo terão apoio de outras torcidas na final - Alexandre Vidal/Flamengo

Dono da maior torcida do Brasil, quiçá do mundo caso não haja algum clube chinês que o desbanque, o Flamengo terá o reforço da segunda e da terceira maiores massas do país, além da do Inter e, certamente, do Boca Juniors, a maior da Argentina.

O Flamengo é o favorito, constatação simples de ser feita porque tem melhores jogadores e porque está jogando melhor futebol que o adversário. Ponto.

Nada além disso.

A camisa do River é mais pesada, o clube luta pelo pentacampeonato da América do Sul, foi campeão em 2015 e 2018 sob o comando de Marcelo Gallardo, que estará no banco mais uma vez, e tem equipe de respeito.

Se Jorge Jesus há de estar queimando as pestanas para enfrentá-lo, Gallardo não está menos preocupado.

Com a vantagem de sua taxa de ansiedade ser menor depois de vencer, na temporada passada, a decisão contra o Boca Juniors, enquanto o Flamengo busca repetir a conquista do longínquo ano de 1981.

Nenhum jogador no gramado peruano havia nascido quando Zico e companhia derrotaram o chileno Cobreloa, também em campo neutro, no estádio Centenário de Montevidéu.

No sábado, os vascaínos acordarão com a camisa do Rivasco e os palmeirenses invejarão, e provavelmente secarão, por não serem eles os protagonistas do grande dia, objetivo frustrado, mais uma vez, em 2019.

Outra razão, aliás, para alvinegros e tricolores paulistas apoiarem o clube da Gávea.

Nenhum time brasileiro jogou como o Flamengo deste ano no século 21, heptacampeão brasileiro só não se sabe se no domingo (24), caso o Palmeiras não vença o Grêmio, ou na quarta-feira (27), no Maracanã, contra o Ceará.

Enfim, rara leitora e raro leitor, independentemente do time do coração, torcer pelo Flamengo bicampeão é obrigatório para quem gosta de futebol e tem consciência de que a conquista terá o poder de mudar paradigmas no Patropi, por provar que é possível vencer jogando bom futebol.

A derrota, ao contrário, atiçará os medíocres a desqualificar o bonito em nome do resultado, como se fez depois da derrota da seleção brasileira de Zico, Falcão, Sócrates, Cerezo, Leandro, Júnior, comandada por Telê Santana em 1982, no Mundial da Espanha.

Medíocres e cegos para apreciar a belíssima atuação da Itália no demolido estádio de Sarriá, em Barcelona, no dia 5 de julho, 3 a 2 no placar.

Vai, Flamengo!

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