O Flamengo está anos-luz à frente do Corinthians e fez valer a superioridade sem permitir que se abrisse a gaveta da caixinha de surpresas.
Aumentou para 55 a 53 a vantagem histórica no confronto direto e para 25 a 24 no Campeonato Brasileiro.
Mais: ao não permitir a aproximação do Palmeiras, aproximou-se ainda mais de seu sétimo título brasileiro, com o que se igualará ao Corinthians como maiores vencedores desde 1971.
Como pode ser bicampeão da Libertadores, superará o rival alvinegro em conquistas da taça continental.
Assim como pode empatar em títulos mundiais caso chegue ao Liverpool e o derrote, coisa que é melhor nem cogitar por enquanto.
Sem Gabigol, mas com Bruno Henrique que fez 1 a 0, 2 a 0 e 3 a 0, os dois primeiros gols no fim do primeiro tempo, aos 45 e 47 minutos, o terceiro aos 20 segundos do segundo tempo, num jogo que até a abertura do placar não parecia para tanto, até porque o zagueiro corintiano Gil fazia uma apresentação exuberante.
O gol alvinegro de Mateus Vital deu a esperança aos fiéis de uma derrota digna e diga-se que o 3 a 0 era um exagero.
Facilmente explicável: a diferença individual entre os 22 jogadores em campo, exemplificada na comparação entre Bruno Henrique e Gustavo.
Além do mais, depois de duas atuações inconvincentes contra CSA e Goiás, o Flamengo precisava mostrar firmeza e mostrou com requintes de crueldade, até ao perder pênalti e abrir o placar no rebote de Cássio.
Para um time como o rubro-negro, que antes da chegada de Jorge Jesus perdia resignadamente, a metamorfose foi radical, porque mesmo ganhando de 3 a 1 jogava como se a partida estivesse empatada.
Daí para o 4 a 1, com Vitinho, foi um passo.
Ao som de olé, o único consolo dos alvinegros era lembrar que se o Grêmio que é o Grêmio levou de 5 a 0, três gols de diferença saía barato.
Outra vez o Maracanã lotou, com 65 mil torcedores, e outra vez fez a festa que o time merece, não apenas porque vence e lidera o campeonato, mas porque sempre retribui com espetáculo a presença dos seus adeptos, como diz seu treinador lusitano.
Para o gasto
Nem o Palmeiras agradou na magra e sofrida vitória por 1 a 0 sobre o Ceará, nem o São Paulo na sobre a Chapecoense por mentirosos 3 a 0.
Ambas valeram apenas e tão somente para os objetivos dos dois clubes: manter-se vivo na luta pelo título e por vaga na Libertadores.
Ao ler estas mal traçadas as raras leitores e raros leitores alviverdes e tricolores já terão esquecido a irritação vivida no sábado (2) à noite e apenas vivem a satisfação de constatar a posição de seus times na tábua de classificação.
Porque se contentar com pouco é direito que todos têm.
Viva Jesus!
Três perfis exemplares de Jorge Jesus foram apresentados na seção de Esporte desta Folha.
O primeiro, de Mathias Alencastro, no dia 25 de outubro.
Os dois últimos, no domingo (3), por Bruno Rodrigues e Toni Assis e por Ricardo Araújo Pereira.
Entende-se perfeitamente por que o Mister virou xodó da torcida rubro-negra, coro no Maracanã e admirado pelos especialistas.
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