Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri
Descrição de chapéu Tóquio 2020

Basta de futebol masculino na Olimpíada

O feminino deve continuar porque ainda está em fase de afirmação

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Tardou, mas, como era óbvio, não falhou. Tóquio-20 ficou para 2021.

Nada do mais rápido, do mais alto e do mais forte, (Citius, Altius, Fortius). Todos em casa, todos de volta aos treinos quando possível, sem atropelos, sem riscos.

E, quem sabe, para a comunidade esportiva mundial poder refletir sobre temas aparentemente inarredáveis, nem tão irremovíveis assim.

A começar pelo politicamente incorreto "mens sana in corpore sano", que conduz a um falso conceito felizmente desmoralizado pela Paraolimpíada e, também, por ex-atletas que chegaram ao topo da cartolagem mundial, como o próprio presidente do COI, o ex-esgrimista, e dinheirista, alemão Thomas Bach, que conduziu tão mal o processo do inevitável adiamento dos Jogos.

Não são poucos os corpos tidos como menos sãos, mas com ótimas cabeças, assim como o contrário é verdadeiro.

Bach saiu correndo do Brasil após a Rio-16, investigado pelo Ministério Público Federal, devido ao câmbio negro de ingressos. Prometeu voltar para a abertura da Paraolimpíada e não cumpriu. Primeiro presidente do COI, em 32 anos, ausente da cerimônia, nunca mais voltou ao país, ouvido que seria pela polícia.

Se o ex-jogador de vôlei Carlos Arthur Nuzman não pode sair de nossas fronteiras, Bach prefere evitá-las desde então.

Mas refletir sobre mais o quê?

Sobre o futebol masculino nas Olimpíadas.

Primeiramente, um parênteses bem pessoal.

Na fissura, talvez infantil, concedo, não me conformava com a falta da medalha de ouro olímpica para o futebol masculino brasileiro a tal ponto que cismei de ir a Londres-12 para cobrir a seleção. Alguma coisa me dizia que seria lá, no santuário de Wembley. Não foi, como se sabe, porque um atacante mexicano, apropriadamente chamado Peralta, impediu.

Ficou para o Maracanã e contra a Alemanha. Bastou!

Até porque, cá entre nós, acabou sendo bem chinfrim, com Neymar, Gabriel Jesus e Gabigol contra o quinto time germânico e só nos pênaltis, em campanha medíocre.

Por paus ou por pedras, questão resolvida.

O torneio olímpico do futebol dos homens é o único sem os melhores desde que os americanos, em 1992, resolveram levar o Dream Team do basquete a Barcelona.

Nada a ver com o futebol das mulheres, ainda em fase de afirmação.

Some-se ao fato de a pandemia espremer o calendário mundial do ludopédio e não haverá por que desfalcar times pelo mundo afora de seus jovens sub-23 ou 24, como já se fala.

Além do mais, o futebol exige a utilização de vários estádios pelo país sede, aumenta os gastos de quem organiza os Jogos, os dos participantes, sem excelência técnica e sem, de fato, exprimir o melhor time.

Como bem disseram Arnaldo Ribeiro e Eduardo Tironi, o futebol não precisa das Olimpíadas e as Olimpíadas não precisam do futebol.

Às raras e aos raros

Se a rara leitora e o raro leitor me virem numa loja Havan, num restaurante Madero ou numa lanchonete Giraffas, por favor, chamem a carrocinha porque estou não com o coronavírus, mas porque preciso tomar vacina antirrábica.

O velho deveria ser obrigado a passar um ano em...Havana; o dono do Madero não me verá nele nem a pau; e o jovem, do “Novo”, tem de mudar o nome de sua rede para Asnnos.

Sem esquecer do bolsominion que teve o topete de fazer pouco de 15 mil mortes. Até tu, Justus? E se for só uma morte, mas da sua família?

Gentinha.

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