Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

Brasileiros têm estreia à moda antiga na Libertadores

Primeiras noites de times do país no torneio superam todas as expectativas

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Para quem esperava, no máximo, empates e mediocridade, seis vitórias, duas boas exibições gaúchas, virada surpreendente e gol de letra.

Pareceu aqueles tempos em que o futebol brasileiro se impunha por ser melhor e ponto.

A dupla Gre-Nal em sua disputa particular nesta Libertadores debutou com estilo.

Ao Inter coube derrotar a Universidade Católica por 3 a 0 em noite que poderia ter terminado em goleada.

Eduardo Coudet prometeu e cumpriu ao apresentar um time agressivo, permanentemente em busca do gol.

Musto e Boschilia comemoram no tranquilo triunfo do Internacional - Edison Vara/Reuters

Renato Portaluppi também havia prometido o Grêmio bem melhor do que no Gauchinho. Desta vez, cumpriu.

Beneficiado por gol irregular logo aos 13 minutos na Colômbia, o Tricolor passou pelo América de Cali com autoridade de clube tricampeão do torneio continental, ao se impor e mostrar-se novamente agradável de ver: 2 a 0.

Só de pensar no que serão os Gre-Nais dá vontade de ser gaúcho. Que só tenha futebol.

Como o mostrado por Soteldo na virada do Santos sobre o Defensa y Justicia por ele comandada.

Jesualdo Ferreira teve a virtude em não insistir com o venezuelano pela direita e a estrela de fazer duas substituições que resultaram no empate e na virada santistas, com Jobson e o menino Kaio Jorge.

O volante, sem chances com Sampaoli, tem Santos no nome e nas veias.

Jobson Souza Santos, torcedor peixeiro, apareceu feito foguete para meter a cabeça na bola cruzada por Soteldo para empatar aos 26 minutos do segundo tempo, 14' depois de ter entrado em campo. Já Kaio Jorge entrou aos 24' para virar aos 40'.

Grande exibição santista? Não, nada disso, mas suficiente para botar as coisas em seus devidos lugares em torno de um embate tão desproporcional em termos de tradição.

Quase tanto quanto o entre Athletico e Peñarol, com a diferença de que o clube paraense tem crescido e o uruguaio, diminuído.

A superioridade rubro-negra não chegou a ser do tamanho da do Inter sobre a Universidade Católica, embora a bola também teimasse em não entrar, a ponto de passar a impressão de 0 a 0 irremediável.

Porque houve de tudo: duas bolas na trave, pênalti não assinalado, duas grandes defesas do goleiro, em cabeçadas, em chutes, no abafa, na bola de pé em pé, não tinha jeito.

Até que Nikão, cansado de tanto murro em ponta de faca, resolveu pedalar para cima do lateral rival, levantar a cabeça e cruzar. Tudo na perfeição, com pequeno defeito: o passe chegou ao atleticano Bissoli um milésimo de segundo atrasado.

Guilherme Bissoli Campos, 22, revelado pelo São Paulo, não teve dúvida: de letra deu a vitória ao Furacão.

Xará do campineiro Guilherme de Almeida, primeiro modernista a entrar na Academia Brasileira de Letras, o atacante jauense já fez por merecer também uma cadeira na ABL.

Na quarta-feira (4) foi a vez de o Palmeiras domar o Tigre. Era obrigatório, a exibição deixou a desejar, mas dois golaços de Luiz Adriano e Willian bastaram e compensaram no 2 a 0 protocolar. Será preciso melhorar.

Então, veio o Flamengo, o dono do pedaço.

Com um gol logo de cara em Barranquilla, não deixar o Junior crescer nem foi tão difícil, apesar do clima de guerra.

Não foi o Fla de sempre, tomou sustos, mas o 2 a 1 não deixa dúvida, mesmo com quatro desfalques importantes.

Como será o São Paulo, o derradeiro estreante, nas alturas de quase 4.000 metros? Resistirá? Dificílimo.

Erramos: o texto foi alterado

O Grêmio derrotou ​​o América de Cali por 2 a 0, não por 2 a 1, como havia sido informado anteriormente. O texto foi corrigido.

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