No gol, ele, o capitão Corona, para defender o indefensável.
Na lateral-direita, Mourão, à espera de ganhar a braçadeira.
Na zaga-central, castigando todas as bolas e solando a língua, o alemão naturalizado brasileiro Weintraub, com a companhia do patético Araújo, em busca de um lugar no futebol americano.
Na lateral-esquerda, Damares, para pisar nas canelas e nas cabeças de quem se atrever a driblá-la, sem dó nem piedade.
Como primeiro volante, ele, Olavão, à frente da defesa para evitar qualquer tentativa de ataque do lado esquerdo dos adversários, que trata como inimigos ferozes, como se fossem todos comunistas.
Para a segunda volância, com o perdão do neologismo digno do zagueiro-central, joga Salles, não confundir com sales (vendas em inglês), para esmagar a ofensiva verde.
Na armação, a nova contratação do time de preto, Jefferson, comprado a peso de ouro do CR Centrão.
Na extrema-direita, Duarte, também conhecida como a Risadinha do Brasil, em péssima fase, sob sério risco de perder a posição pela ausência nos treinos.
E no comando do ataque, o neocamisa 9 Guedes, apesar de andar levando muitas bolas nas costas e não fazer gols já há 16 meses ---o último marcado em Brasília, no dia 1º de janeiro de 2019.
Na extrema-esquerda, bem..., na extrema-esquerda, ninguém. Porque o Cemitério FC prefere jogar com dez a ter de escalar alguém por ali e a regra é clara, a regra permite.
No banco, desfalques de última hora, e felizmente não por terem pego a gripezinha que assola o país de norte a sul e de leste a oeste: a dupla MM está fora de combate.
Nem Mandetta, nem Moro pertencem mais ao clube.
O primeiro por insubordinação, incapaz de seguir as orientações do capitão Corona. O segundo por excesso de individualismo, voltado apenas para o próprio umbigo e mordido pela mosca azul, além de irrefreável mania de vazar conversas que deveriam ficar no vestiário que, como se sabe, é sagrado, além de mentir um pouquinho demais.
O time verde do Esperança está em grande fase, com vitórias seguidas por onde passa e vai com a alemã Merkel, a neozelandesa Ardern, a islandesa que trava língua dos narradores, Katrin Jakobsdóttir, a representante de Taiwan, Tsai-Ing-wen, e o sul-coreano Monn-Jae-in, enfim um varão na forte retaguarda feminina.
No meio de campo, o surpreendente grego Mitsotakis, a irregular Hasina, de Bangladesh, e o português Souza.
O ataque é quase todo nórdico: a norueguesa Solberg, a dinamarquesa Frederiksen e o tcheco Babis.
Sim, os verdes jogam com 11, não poupam ninguém, não têm medo de fazer o que for preciso para vencer, nem de sofrer por duros meses de concentração, certos de ser o melhor meio para alcançar a vitória final com o mínimo de derrotas irreparáveis.
Não é exatamente como a história da formiga e da cigarra, porque a cigarra é só imprevidente, não chega a ser maluca, mas é quase como se fosse.
A laboriosa equipe do EC Esperança trabalha duro, seriamente, disciplinadamente e confia na sua liderança, embora com cabeças diferentes e visões do jogo nem sempre as mesmas. Não importa.
Joga na base do um por todos, todos por um, diferentemente do Cemitério FC, cujo prazer mórbido é o de abrir valas e mais valas em busca de recordes macabros.
No futebol, como se sabe, tudo é possível.
Na vida, a esperança é a última que morre.
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