Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Bayern hexacampeão da Champions foi cirúrgico, frio e calculista

Neymar e Mbappé, super talentosos, pararam no germânico Manuel Neuer, a pedra de gelo

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Os alemães há muito tempo enganam o mundo. Nem sempre por responsabilidade deles, diga-se. O cinema americano, por exemplo, colaborou muito para que deles se fizesse uma imagem soturna, quase sempre em preto e branco, rigorosamente o contrário do que são.

Porque daí você chega em Berlim e a cidade talvez seja a mais alegre da Europa. Claro, hoje Munique é a cidade mais alegre da Alemanha, da Europa e do mundo, ao festejar seu merecido hexacampeonato.

Os alemães têm também a fama de serem frios e, de fato, são, na hora de decidir, não na de comemorar.
Seus equipamentos, sejam os proporcionados pela tecnologia nos mais diversos campos, som, imagem, automóveis, são famosos pela precisão e já faz tempo deixaram os suíços para trás, assim como na área médica, cirúrgicos.

Cirúrgicos também são seus melhores times, a seleção nacional ou o Bayern de Munique.

Veja o jogo que valeu o título ao bater o PSG apenas por 1 a 0.

Assim como o Lyon, o PSG teve três chances claras para sair na frente. Com o brasileiro Neymar, com o argentino Di María e com o francês Mbappé.

Neymar e Mbappé, super talentosos, pararam no germânico Manuel Neuer, a pedra de gelo mais competente do universo dos goleiros.

Verdade que ainda no primeiro tempo, como as três chances francesas, Lewandowski teve duas; uma só a trave salvou e a outra o costa-riquenho Keylor Navas não sabe até agora como defendeu.
Neuer é pago para defender, e a trave está lá só para estragar prazeres.

Embora até ligeiramente superior no primeiro tempo, o PSG deve à trave não ir para o intervalo perdendo.

Daí, aos 13 minutos do segundo tempo, Coman, o francês revelado pelo PSG, pôs os alemães na frente para não mais saírem e se bastarem.

Quer dizer, se bastarem propriamente dito, não. Porque com a crueldade que também os caracteriza, estiveram bem perto de ampliar, aproveitando os cinco, dez minutos de depressão latina, como sói acontecer. Acabaram a velocidade dos 45 minutos iniciais e as bolas lançadas nas costas de Kimmich pelo lado esquerdo do ataque para aproveitar a exuberância de Mbappé.

Fosse o planeta bola mais compreensivo e se diria que, para quem chegou pela primeira vez à final da Champions, está de bom tamanho.

O discurso do qatari dono do clube deveria ser de estímulo para a temporada que vem, mas é possível que ele ache que dinheiro não aceita desaforo e que melhor teria sido se ele investisse, talvez, no Borussia Dortmund.

Porque encontrar com os alemães numa final é desafio para poucos. Felipão há de bater no peito, com justo orgulho, e dizer: “Comigo, não! Ronaldo Fenômeno, 2 a 0!”.

E é verdade.

Mas, numa semifinal..

Bem, não estavam Neymar nem Thiago Silva, em Belo Horizonte. Verdade, só que em Lisboa, estavam. E em Yokohama não estava Michael Ballack, o Neymar deles, então.

Enfim, aposentemos de uma vez por todas a falsa ideia de que os alemães jogam um esporte parecido com futebol, mas que não é futebol. Fiquemos com outra: o futebol é um esporte que os alemães sempre ganham no fim.

Neymar? Nota seis em jogo que tinha de ganhar dez.

*

Gol contra

Visões sobre governos cada um tem a sua e todas são discutíveis.

Misturar o nome de mulher torturada com o de homem fã de torturador só pode ser coisa de quem nunca esteve numa sala de torturas ou que não acredita que exista algo tão hediondo.

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