Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Fiel quer pagar Arena Corinthians, e rumores sobre naming rights crescem

Clube faz 110 anos no próximo dia 1º, mas tem dificuldade com dívidas de sua casa

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Que o Corinthians deu um passo maior que as pernas ao aceitar construir seu sonhado estádio como sede da abertura da Copa do Mundo de 2014 está fora de dúvida.

Permanecer usando o Pacaembu diante da inevitabilidade de sua privatização seria o mais apropriado.

O chamado Palácio de Mármore acabou por se transformar em pesadelo responsável pela decadência do futebol alvinegro e ganhar títulos é incomparavelmente mais importante que a casa própria. Melhor morar de aluguel que viver endividado.

Ao se aproximar a data de 1º de setembro, aniversário de 110 anos do Poderoso Timão, voltam a correr soltas as notícias de que, enfim, depois de seis anos da inauguração, os direitos do uso do nome da Arena Corinthians serão anunciados.

Parece ser verdade porque, às portas de eleição presidencial em fins de novembro, um novo tiro n’água será a pá de cal nas pretensões situacionistas, cuja gestão em curso é calamitosa.

Entre as especulações sobre os compradores está uma empresa de produtos farmacêuticos que fabrica a droga Doril, adequada para rimar com a alegria dos fiéis caso o negócio seja mesmo anunciado. Até que enfim, pqp!

Ao mesmo tempo surge a ideia da Gaviões da Fiel para que a torcida pague o estádio, em campanha pós-eleição e pós-pandemia, sem intermediários, com depósitos diretamente na Caixa Econômica Federal, a principal credora diante da informação de que com a Odebrecht já está tudo resolvido.

“Time que é do povo não deve nada a ninguém”, é o lema pretendido para repetir o mutirão que construiu o primeiro estádio corintiano.

Entre tantas idas e vindas o tempo passou e o estádio que Emilio Odebrecht disse, em delação premiada, ter sido presente a Lula, não só virou presente de grego. Foi também acusado de ser feito com dinheiro público, o que é falso, pois erguido com empréstimos penosamente pagos à Caixa e ao BNDES, sem que o clube receba um mísero real de suas rendas.

Aqui muito se criticou todo o processo, como se elogiou a beleza da obra, sem deixar de apontar suas mazelas —por fora bela viola, por dentro pão bolorento.

Adequado ao roteiro de intolerância vivido no país, os anticorintianos e antipetistas não leem as críticas e os corintianos e petistas só se lembram delas. Faz parte.

Inevitável onde aparece a construtora, tanto o presidente Andrés Sanchez quanto o vice, André Negão, foram acusados pela justiceira Operação Lava Jato.

O primeiro de ter recebido, em caixa dois, R$ 2,5 milhões para sua campanha a deputado federal pelo PT, em 2014. O segundo por levar propina de R$ 500 mil.

Se, de fato, a longa novela da venda dos direitos pelo nome, de modo colonizado tratados como “naming rights”, chegar ao término, significará um grande alívio, embora ainda não a solução para a enorme dívida que assola a vida alvinegra.

Messi fora

Lionel Messi fora do Barcelona significa o fim de uma era.

Não o fim do Barcelona.

Nem o de Lionel Messi.

A Folha é assim

Capaz do pecado de um título insultuoso à ex-presidenta Dilma Rousseff em editorial no sábado (22), esta Folha é capaz, também, de publicar muito mais críticas que elogios de seus leitores ao deslize.

Melhor: mantém espaço para seus colunistas manifestarem a discordância.

E isso tem nome num país pouco habituado ao contraponto civilizado: liberdade de expressão.

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