Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Vitória do São Paulo foi um resultado justo para o Majestoso

Time comandado por Diniz ganhou porque quis ganhar do rival que queria empatar

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Num fim de semana miserável para os goleiros do Trio de Ferro, só o São Paulo se deu bem.

Assim que o Majestoso terminou no Morumbi, com a vitória tricolor por 2 a 1 e gol de Brenner nos acréscimos, o zap soou no telefone: “Juca, infelizmente eu acertei de novo...”.

O jornalista Carlos Maranhão, um dos raros leitores desta teimosa coluna, dava o ar de sua graça, decepcionado porque corintiano, em São Paulo, e atleticano, no Paraná.

Não que ele tivesse previsto a vitória são-paulina, porque, ajuizado, não faz prognósticos futebolísticos. De texto refinado e frieza analítica, Maranhão detesta palpites.

Brenner comemora gol nos acréscimos que garantiu vitória do São Paulo contra o Corinthians neste domingo (30) - Mauro Horita/Fhor Press/Agência O Globo

A coluna havia palpitado que o clássico ficaria num 0 a 0, medroso, ou, no máximo, em empate com gols.

Nem uma coisa, nem outra, nem outra.

Porque o São Paulo buscou vencer durante os mais de 100 penosos minutos do Majestoso e ganhou com total justiça, sem contar a crueldade do gol já aos 46 minutos do segundo tempo, quando dois garotos, Toró no passe e Brenner de cabeça, vindos do banco de Fernando Diniz, selaram o triunfo dos anfitriões.

Aos trancos e barrancos, o São Paulo sobe na tabela de classificação do Covidão-20 e o Corinthians despenca assustadoramente, às vésperas de comemorar 110 anos nesta terça-feira (1º de setembro).

Se no sábado (29) Weverton entregou de bandeja o empate 1 a 1 para o Bahia, no Pituaçu, e tomou dois pontos do bolso do Palmeiras, no domingo escaldante pela manhã tanto Cássio quanto Tiago Volpi foram os responsáveis pelo 1 a 1 até quase o fim do jogo.

Um “quase” que permitiria ao colunista festejar se não o placar, mas o resultado final do clássico.

De todo modo teria errado quanto ao comportamento do time que, sem Daniel Alves, mostrou mais uma vez a lucidez de Hernanes, autor do 1 a 0 em cobrança de falta com curva mágica, mas no meio do gol. Porque o Soberano jogou o tempo todo pela vitória, ao contrário do rival.

Que não tem desculpa. Porque individualmente não é pior, nem melhor que o adversário, e o fator casa, sem torcida, não pode influenciar a ponto de causar atitude tão tímida, beirando à covardia.

A verdade é que o Corinthians achou um gol ainda no primeiro tempo, quando não incomodou a defesa comandada pelo garoto Diego Costa, nome de centroavante, futebol de zagueiro competente, graças a arremate fraco de Ramiro que Tiago Volpi aceitou.

Aos 21 anos, o mato-grossense Diego Costa engoliu antes do almoço dominical, sob 30°C de temperatura e umidade de 30%, condições que não justificam jogos no torneio sem torcida. Porque a única desculpa para agendamento de partidas no horário, que colabora para piorar ainda mais o nível do campeonato, está em ter caído no gosto do torcedor.

Em resumo, o fim de semana do Trio de Ferro revela Fernando Diniz respirando já sem aparelhos, Tiago Nunes na esperança de que o anúncio da venda dos direitos de uso do nome da Arena Corinthians se sobreponha ao seu mau desempenho e Vanderlei Luxemburgo, com elenco estrelado, seguindo também incapaz de mostrar alguma coisa parecida com bom futebol.

Mesmo invicto, o Palmeiras ainda não permite pensar em disputar o título brasileiro, obrigação imposta pelo tamanho de seu investimento.

Mengo, enfim

O Flamengo ficaria a dez pontos do Inter se perdesse do Santos. Ganhou por 1 a 0 em bom jogo dos dois times, com irritantes, por lentas, intervenções do VAR.

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