Eram oito, o Corinthians foi eliminado de maneira vergonhosa ainda na fase preliminar e dos sete que foram para a fase de grupos da Covidadores-2020, o São Paulo, miseravelmente, despencou.
Miseravelmente porque a queda não se deveu à derrota diante do forte River Plate, mas àquela contra o frágil Binacional peruano, logo na primeira rodada.
Como miséria pouca é bobagem, teve de enfrentá-lo na altitude, algo de que LDU e River foram poupados por causa da pandemia.
Tricampeão continental, o Tricolor respeitado que era na América do Sul virou um time qualquer e já vai tarde a hora de reagir.
O Inter ainda não está garantido, depende de pelo menos empatar com a Universidade Católica, em Santiago, embora possa se classificar até com derrota, desde que o Grêmio, em casa, não perca para o América de Cáli.
Os demais cinco se classificaram ainda antes da última rodada, o que é digno de aplausos.
O Palmeiras com a melhor campanha, 13 pontos em cinco jogos, assim como o Santos, mas em vantagem nos critérios de desempate.
Mesmo assim, criticado pela própria torcida, porque sem apresentar o futebol que tradicionalmente o palmeirense exige, noves fora a previsível goleada sobre o fraco Bolívar, capaz de ser adversário só na altitude de La Paz.
Surpresa agradável tem sido o Santos, também invicto, também líder de seu grupo, com dois pontas, Marinho, exuberante, e Soteldo, um capeta, que fazem a alegria de quem gosta de futebol, além de revelar o goleiraço João Paulo.
Mesmo desmontado de um ano para o outro, o Athletico é outro líder de grupo, apesar de longe ainda de encher os olhos, como foi capaz na temporada passada.
O Grêmio copeiro sobrevive com Renato Portaluppi no fio da navalha, apoiado, principalmente, na vantagem que tem levado nos Gre-Nais, dez jogos de invencibilidade, 11 se a manteve neste sábado (3).
E tem o Flamengo.
Ainda como previsto, devolveu quase na mesma moeda a goleada atípica imposta na altitude de Quito pelo Independiente Del Valle, no Maracanã. Está classificado e pronto para repetir a campanha do ano passado, porque joga futebol sem temor e mostrou ter mais que dois times ao ser colhido pela Covid-19 que sua própria diretoria, leviana e irresponsavelmente, ajudou a plantar.
No país em que só se valoriza o título final, dos prováveis seis classificados quais têm chances reais de chegar lá?
Se tiver que escolher apenas um, sem paixão, friamente, o Flamengo deve ser o eleito.
Não bastasse o elenco que todos já conheciam, eis que a meninada que sobreviveu no Ninho do Urubu passou por duas precoces provas de fogo, contra o Palmeiras e contra o Independiente Del Valle, e tirou nota 10.
Que nossa velha arrogância não esqueça de que existem o River Plate, o Boca Juniors e o Racing, assim como existem os 2.650 metros de altitude de Quito da LDU e do Del Valle.
Mata-matas sempre permitem surpresas, fazem até o colombiano Once Caldas campeão ou o São Caetano vice-campeão.
Daí tudo ser possível, mas, neste ano, a ausência de torcedores tem permitido jogos mais leais e arbitragens menos caseiras, fatores que diminuem a possibilidade de acidentes decidirem classificações.
Só no dia 24 de outubro acontecerá o sorteio dos jogos das oitavas de final, marcados para 24 e 26 de novembro, jogos de ida, e 1º e 3 de dezembro, os de volta.
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