Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Desempenho dos brasileiros na Covidadores anima menos que resultados

Tirante o Flamengo, não dá para apostar em nenhum outro como real candidato ao título

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Reclamar do quê?

Os brasileiros acabaram a fase de grupos da Covidadores-2020 com seis de seus sete representantes classificados.

Mais: com quatro deles em primeiro lugar em suas chaves.

Mais ainda: com as três melhores campanhas, pela ordem, do Palmeiras e do Santos, ambos invictos com 16 pontos dos 18 disputados, e do Flamengo, com 15.

Era impossível que os seis liderassem os grupos porque num deles estava a dupla Gre-Nal e, dos cinco possíveis, o Athletico acabou ficando em segundo apenas no saldo de gols, noves fora o São Paulo, eliminado.

Constatada a metade cheia da copa, olhemos para a metade vazia.

O tricampeão continental protagonizou um vexame desses só menores que o do Corinthians, desclassificado na pré-Libertadores —sim, ainda tinha torcida, porque a pandemia seria só uma gripezinha segundo o genocida.

Ficou claro que o alvinegro não tinha nada a fazer no torneio continental, a não ser abreviar futuro fiasco.

Só falta ao tricolor ficar fora também da Copa do Brasil, o que saberemos logo mais.

Falemos de desempenho.

Bom de ver, mesmo, restou o Flamengo ao devolver com categóricos 4 a 0 o acidental 5 a 0, na altitude de Quito, ao Independiente Del Valle.

De resto, nem por isso.

O Palmeiras pegou três adversários fragílimos, embora entre eles estivesse o paraguaio Guaraní, que eliminou o rival do Parque São Jorge, como já vimos, absolutamente inútil.

Raphael Veiga comemora gol palmeirense na goleada por 5 a 0 sobre o Tigre
Raphael Veiga comemora gol palmeirense na goleada por 5 a 0 sobre o Tigre - Andre Penner - 23.out.20/AFP

Nem mesmo ao golear o desdentado Tigre argentino a torcida alviverde ficou satisfeita. Com razão.

O grupo mais complicado era o dos dois gaúchos, porque tinha um e outro. Ambos sobreviveram, mas às duríssimas penas.

O Colorado chegou a fazer 45 minutos iniciais impecáveis contra o colombiano América e afrouxou no segundo tempo.

O Athletico fez o que era possível, pouco se comparado com o mostrado na temporada passada.

O Santos surpreendeu, como vem surpreendendo no Covidão-20, um verdadeiro mistério diante de todas as atrocidades cometidas por seus cartolas, entra um, sai outro, as emendas conseguem ser piores que os sonetos. De todo modo, também teve a sorte de enfrentar ninguém.

Agora, nos mata-matas das oitavas de final, é que o bicho vai pegar e, tirante o Flamengo, não dá para apostar em nenhum outro brasileiro como real candidato ao título.

Verdade que mata-mata é mata-mata, onde a surpresa é sinônimo de emoção.

Ao Palmeiras cabe outra facilidade, o equatoriano Delfín. As quartas de final estão garantidas.

O Grêmio, se não passar pelo Guaraní paraguaio, apenas confirmará seu mau momento.

Já o Inter parece ter poucas chances contra o Boca Juniors, ainda mais por fazer o jogo de volta na Bombonera. Ao menos Eduardo Coudet sabe bem o que o espera.

Ao Athletico cabe tarefa quase sobre-humana, o River Plate, segundo jogo no Monumental de Núñez.

O Santos terá a desvantagem de jogar em Quito o jogo de ida contra a LDU, tarefa sempre inglória, o que estabelece enorme ponto de interrogação sobre sua chance de seguir adiante.

Finalmente, o brasileiro mais cotado, o candidato ao bicampeonato seguido, façanha que apenas o Santos e o São Paulo alcançaram no torneio continental entre os brasileiros, e ao tri alternado, para se igualar também aos dois clubes paulistas e ao Grêmio: eis que ao rubro-negro caberá o tradicionalíssimo Racing.

Dureza.

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