Desde julho de 2017 o São Paulo não perde para o Flamengo. Nem faz tanto tempo, pouco mais de três anos, mas sete jogos são sete jogos, com quatro vitórias tricolores, três delas como visitante.
Mais: nos últimos quatro encontros, dois no ano passado, dois neste, o Flamengo era muito melhor, apesar de desfalcado, e conseguiu apenas dois empates, com duas derrotas no Maracanã e uma delas acachapante, o 4 a 1.
Fora o trauma de perder no fim por erro do jovem goleiro Hugo, como aconteceu no 2 a 1 da Copa do Brasil.
São também sete os jogos entre Fernando Diniz e Rogério Ceni, com outras quatro vitórias do treinador são-paulino e três empates.
O que explica a dificuldade do rubro-negro diante do tricolor?
A confiar na lei das probabilidades, o jogo de volta, no Morumbi, será dos cariocas e de Ceni, porque está mais do que na hora de um e outro se darem bem.
Só tem um probleminha, além do eventual complexo em circunstâncias assim: caso o Flamengo vença, o São Paulo será eliminado pela 11ª vez no Morumbi nesta década de já 27 eliminações em mata-matas.
Convenhamos que também está na hora, pela mesma lei, de por fim à tamanha zica.
Enfim, basta pegar os dois últimos jogos entre ambos para constatar acontecimentos muito estranhos.
No 4 a 1, o desperdício de dois pênaltis pelo Flamengo, além de bola no travessão; no 2 a 1, o sem-número de gols dados pela defesa paulista que os cariocas perderam, para culminar no desastre de Hugo desarmado por Brenner.
Seria exagero algum dizer que foram jogos para terminar 4 a 4 e 3 a 1 para o Flamengo.
Sim, mas não foram, e a verdade é que o São Paulo está com a faca e o queijo nas mãos, embora se você perguntar o que explica tamanha superioridade recente nem mesmo lá alguém saiba explicar.
Embora, friamente, o Flamengo siga favorito, até porque deve jogar completo e em campo neutro, sem torcida e com bom gramado.
Fala Muito!
Difícil dizer o que irritou mais: se os 90 minutos de gritos de Tite, fora os acréscimos, ou a atuação miserável da seleção brasileira contra a retranca venezuelana.
Que falta fazem jogadores capazes de partir para cima dos rivais e resolver individualmente o que o conjunto não consegue. Que falta faz Neymar.
O 1 a 0 só saiu graças ao desvio errado da zaga venezuelana, e a apresentação dos alunos do bedel Tite, talvez porque não haja orelha que aguente, ouviria vaias colossais não fosse a pandemia que impede, felizmente, torcida no Morumbi.
Com boa vontade, dá para dizer que só Everton Ribeiro se salvou e, com realismo, resta constatar que Danilo não pode ser o lateral-direito da seleção.
Contra o Uruguai, em Montevidéu, na terça-feira (17), as coisas devem melhorar porque o Uruguai vai querer jogar.
Tombar o Ibirapuera
Estamos de volta à temporada de esmurrar ponta de faca.
Depois do Pacaembu, a bola da vez é o conjunto esportivo do Ginásio do Ibirapuera, alvo da tara privatista de quem deseja botar botox em tudo, não apenas no rosto de bebê Johnson, esquecido de que o tempo passa, mas que há construções, como sabem os europeus, intocáveis, que em vez de destruídas devem ser preservadas.
Tombar a obra de Ícaro de Castro Mello tornou-se exigência das pessoas civilizadas de São Paulo.
Basta de shoppings e hotéis. A cultura é prioritária.
É preciso barrar a sanha do Bolsonaro com grife.
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