Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Palmeiras e Santos coroarão o apelido do Maracanã se fizerem a final continental

Sucesso de paulistas em seu gramado deu alcunha de 'recreio dos bandeirantes' ao estádio carioca

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Recreio dos Bandeirantes é um bairro da zona oeste carioca, na Barra da Tijuca, e que leva o nome porque, criado no fim da década de 1950, teve boa parte de seus terrenos comprados por paulistas afortunados em busca de construir suas casas de praia.

Antes do bairro, porém, mas na Grande Tijuca, na zona norte, no começo dos anos 1950, nascia o Maracanã.

E logo na inauguração, em seu primeiro jogo, uma seleção paulista derrotou a carioca por 3 a 1, início da saga que permitiu o apelido de Recreio dos Bandeirantes para o então maior estádio do mundo.

Em 1968, quando o Maraca chegou à maioridade, recebeu outro jogo marcante entre as duas seleções estaduais, para atender ao pedido de Sua Majestade, a Rainha Elizabeth 2ª, que queria conhecer o estádio e seu colega Pelé. Os paulistas ganharam de novo, desta vez por 3 a 2.

Lucas Veríssimo disputa bola com o argentino Eduardo Salvio durante partida entre Santos e Boca Juniors na última quarta (6)
Lucas Veríssimo disputa bola com o argentino Eduardo Salvio durante partida entre Santos e Boca Juniors na última quarta (6) - Agustin Marcarian/Reuters

De fato, o gigante de cimento armado testemunhou grandes vitórias de equipes de São Paulo, exceção feita exatamente ao clube que tem o nome do estado.

Porque foi lá que o Palmeiras ganhou a Taça Rio, em 1951, para recuperar o amor próprio do futebol brasileiro perdido no ano anterior, no Maracanazo.

Lá, também, nos anos 1960, o Santos de Pelé não só se acostumou a golear o fabuloso Botafogo de Mané, como encaminhou sobre o Benfica seu primeiro título mundial e dobrou a façanha diante do Milan, em 1962/63.

Mais modernamente, no ano da graça de 2000, o Corinthians superou o Vasco na decisão do primeiro Mundial de Clubes organizado pela Fifa, para não falar da invasão alvinegra no estádio em 1976, quando 70 mil fiéis transformaram o Maracanã num templo corintiano.

Só falta mesmo uma final continental entre Palmeiras e Santos, no próximo dia 30, para coroar o apelido: os campeões da Taça Rio contra os bicampeões mundiais no gramado que os consagrou sete e seis décadas atrás.

Falta pouco e falta muito.

Falta pouco para o Palmeiras que, em casa, pode perder nesta terça-feira (12), por dois gols de diferença, para o River Plate.

Falta ainda muito para o Santos porque o injusto 0 a 0 da Bombonera não garante nada na quarta-feira (13), na Vila Belmiro.

Impressionante como os assopradores de apito da Conmebol têm dificuldade em marcar pênaltis contra o Boca Juniors. Parece que só tiros e facadas justificam a punição na área xeneize. Pernadas, empurrões, cortadas valem, porque vale tudo a favor do Boca, como vale depredar ônibus dos visitantes etc.

Palmeirenses comemoram o último gol de sua vitória por 3 a 0 sobre o River Plate, feito por Matías Viña, na última terça (5)
Palmeirenses comemoram o último gol de sua vitória por 3 a 0 sobre o River Plate, feito por Matías Viña, na última terça (5) - Juan Ignacio Roncoroni/Reuters

Que os extremistas santistas não paguem na mesma moeda porque a Conmebol é bem capaz de eliminar o Santos.

Quem viu Carlos Amarilla trabalhar de apito na boca, e máscara nos olhos, em pleno Pacaembu naquele Corinthians x Boca, em 2013, não tem a menor dúvida do que a entidade é capaz.

Como o Palmeiras mostrou, em Avellaneda, e o Santos, em Buenos Aires, os dois times brasileiros têm bola para chegar ao Recreio dos Bandeirantes sem precisar de artifícios.

Aos alviverdes apenas um alerta: na Copa Libertadores de 1995, pelas quartas de final, o Grêmio goleou o Palmeiras por 5 a 0 no jogo de ida e todos demos por findos os debates sobre quem seguiria vivo para as semifinais, ainda mais depois que os gaúchos fizeram 1 a 0 no jogo de volta.

Ao cabo, os tricolores se classificaram, mas levaram de 5 a 1! Mais um gol e a decisão iria para marca da cal.

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