Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Polêmica e muitas vezes não aplicada, regra do impedimento nem sempre precisa do VAR

Assim como bandeirinhas, políticos também revelam insegurança para assinalar impedimentos

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A regra 11 do futebol é a mais polêmica das 17 regras do futebol.

Muitas vezes fica a impressão de que nem os bandeirinhas a entendem. Com o surgimento do VAR passou a ser mais bem aplicada, embora, no Brasil da CBF, até a ferramenta tecnológica cometa suas gafes.

Entenda.

Árbitro consulta imagens de vídeo em jogo das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, no Morumbi
Árbitro consulta imagens de vídeo em jogo das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, no Morumbi - Fernando Bizerra - 13.nov.20/Reuters

Para que o impedimento seja marcado é necessário que: seja preciso enfrentar dois defensores; um jogador estará impedido quando estiver no campo de ataque e à frente do último adversário (menos o goleiro); não há impedimento do jogador que estiver em seu campo de defesa ou quando há pelo menos dois adversário à sua frente; a exceção ocorre quando um jogador passa para um companheiro que está atrás da bola, mesmo este estando à frente dos rivais; estar impedido não é considerado uma infração. O atleta só é penalizado se estiver intervindo na jogada; um atleta não está impedido se não participar diretamente do lance, mesmo que esteja à frente dos adversários; também não está impedido o jogador que receber bola diretamente de tiro de meta, escanteio ou arremesso lateral; em caso de impedimento, o árbitro concede um tiro livre indireto para a equipe adversária.

Mas não são só os bandeirinhas que revelam insegurança para assinalar impedimentos.

Presidentes da Câmara dos Deputados, mesmo que apelidado de Botafogo, devido à paixão clubística, temem parar o jogo e marcá-los. Preferem se eximir da responsabilidade, amarelam na hora agá. Como se preferissem esperar o VAR, no caso a VdP, a Voz do Povo.

Escolhem não entrar para a história como entrou, por exemplo, o bandeirinha mexicano que marcou corretamente três impedimentos difíceis na decisão do Mundial de Clubes de 2005, contra o Liverpool, a favor do São Paulo. Ou optam por ficar mal na história num momento em que a VdP não pode ir às ruas por razões óbvias.

Claro que há presidentes da Câmara ladrões como a patuleia chama os bandeirinhas, aqueles capazes de marcar impedimento sem crimes de responsabilidade. Em 2016 mesmo houve um que acabou preso e, a chamemos assim, a jogadora punida injustamente esteja por aí, livre, leve e solta.

É de se lastimar a inércia do atual porque a torcida costuma cobrar traições e covardias nas urnas.

Do mesmo modo que, se estivesse podendo ir aos estádios, xingaria as mães, pobre delas, dos bandeirinhas amarelões, ou de quem se omite diante de óbvios crimes de responsabilidade, um deles causador de boa parte de mais de 215 mil mortes pelo país afora.

Quem honra o mandato concede o tiro livre contra o criminoso para que esse do poder saia e fora caia.

Quem não honra, em vez de agir, desmaia.

​Que rodada, tchê!

O São Paulo, apático, empatou com o Coritiba, 1 a 1. O Flamengo, inócuo, perdeu para o Athletico, 2 a 1. O Galo, irreconhecível, também perdeu, para o Vasco, 3 a 2.

E o Inter virou nos minutos finais sobre o Grêmio, 2 a 1, ganhou sua oitava partida seguida, está quatro pontos acima do São Paulo, com o melhor ataque do campeonato e passou a ser o único a depender dos próprios resultados.

Homens de vermelho correm felizes em gramado, enquanto dois homens de azul andam cabisbaixos
Abel Hernandez, do Internacional, comemora com companheiros o seu gol contra o Grêmio, em jogo pelo Campeonato Brasileiro - Diego Vara/Reuters

Já é tetracampeão? Não!

Mas quebrou a escrita de 11 jogos sem vitórias no clássico e mostrou que está maduro para conquistar a taça que não vem desde 1979.

Sobretudo mostrou o que São Paulo, Flamengo e Galo foram incapazes: a consciência de que na reta final todo jogo exige determinação.

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