Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Flamengo e Palmeiras reproduzem o embate entre arte e resultado

Decisão da Supercopa do Brasil neste domingo é marco na disputa pela hegemonia

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Já não é de hoje que Flamengo e Palmeiras disputam a hegemonia no futebol brasileiro, mas será neste domingo (11) a primeira decisão direta entre ambos, pela Supercopa do Brasil, o encontro entre os campeões do Brasileiro e da Copa do Brasil de 2020.

Dizem os números que será o 118º jogo entre os dois, com 46 vitórias alviverdes e 40 rubro-negras.

Só que os cariocas estão invictos diante dos paulistas desde 2017, três vitórias em seis jogos.

Gabigol faz careta ao cabecear bola na frente de Zé Rafael
Zé Rafael, do Palmeiras, e Gabriel, do Flamengo, em lance de jogo entre os times no último Brasileiro - Adriano Machado - 21.jan.21/Reuters

Outros números, do Footstats, mostram que o Flamengo de Rogério Ceni, em 30 jogos comparados aos 41 do Palmeiras de Abel Ferreira, tem ligeira vantagem de 63% de aproveitamento contra 61%.

Mostra, também, média de gols marcados de 1,9 x 1,5 e de sofridos de 1,0 x 0,7.

O time da Gávea finaliza mais, 16,9 x 12,4, sofre menos chutes ao seu gol, 8,6 x 11,0, mas tem de chutar mais, 9,0, para marcar, contra 7,9 do rival.

Para vazar a meta flamenguista são necessárias 8,6 finalizações, quase a metade das 15,5 do adversário.

Ah, os números! Ah, as médias! Ah, as estatísticas!

Cabeça no forno, pés no congelador, temperatura média excelente, mas no caixão.

O Flamengo foi o indiscutível campeão de 2019 e o Palmeiras foi mais campeão que ele em 2020, embora sem brilho.

E aí é que a coisa pega para quem gosta de futebol bem jogado, não apenas de vencer.

O Flamengo de Jorge Jesus tinha poesia e entusiasmava. O de Ceni parece seguir o mesmo caminho e está evidente que é o buscado pelo treinador.

O Palmeiras de Ferreira quer ganhar.

Na temporada passada, prejudicada pelos trauma do novo coronavírus, ser campeão, mesmo aos trancos e barrancos, bastou.

E tanto um quanto outro assim se consagraram, nos estaduais, no Campeonato Brasileiro, na Libertadores e, menos, na Copa do Brasil, quando o Palmeiras não deixou dúvidas ao superar o Grêmio.

Desnecessário lembrar que o Flamengo ganhou o Brasileiro perdendo para o São Paulo e graças a Cássio, que segurou o Inter.

Ou que a decisão continental foi de doer, entre Palmeiras e Santos, assim como a do Paulistinha, entre Palmeiras e Corinthians. Em 2021 os titulares rubro-negros jogaram duas vezes e os alviverdes apenas uma.

A diferença gritou.

Enquanto Gabigol e companhia atropelaram Bangu e Madureira (3 a 0 e 5 a 1), Weverton e seus companheiros sofreram para derrotar o Defensa y Justicia com atuação deprimente e vitória injusta por 2 a 1.

Apesar de ser incomparável a importância dos três jogos, ficou claro como a banda deve tocar num e noutro time.

Jogue no Mané Garrincha como fez na Argentina e o Palmeiras sofrerá derrota impiedosa, dessas de chutar números a escanteio, botar taças na frigideira e abalar convicções.

Não é, mesmo!, o prognóstico da coluna, certa de que Ferreira não nasceu ontem e percebeu que deve fazer seus jogadores serem mais ativos, e corajosos, para explorar o talento que têm em vez de apenas reagirem às investidas dos oponentes.

O simpático e articulado treinador português há de saber que ser campeão o Palmeiras já vinha sendo antes de sua chegada --e que saiu atrás de quem produzisse futebol à altura da Academia.

Vanderlei Luxemburgo foi tremenda bola fora, logo consertada pelo que foi possível fazer com competições em andamento.

Agora a exigência aumenta. Torcedor alviverde reclama de artilheiro que perca o quinto gol em jogo 4 a 0.

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