Já não é de hoje que Flamengo e Palmeiras disputam a hegemonia no futebol brasileiro, mas será neste domingo (11) a primeira decisão direta entre ambos, pela Supercopa do Brasil, o encontro entre os campeões do Brasileiro e da Copa do Brasil de 2020.
Dizem os números que será o 118º jogo entre os dois, com 46 vitórias alviverdes e 40 rubro-negras.
Só que os cariocas estão invictos diante dos paulistas desde 2017, três vitórias em seis jogos.
Outros números, do Footstats, mostram que o Flamengo de Rogério Ceni, em 30 jogos comparados aos 41 do Palmeiras de Abel Ferreira, tem ligeira vantagem de 63% de aproveitamento contra 61%.
Mostra, também, média de gols marcados de 1,9 x 1,5 e de sofridos de 1,0 x 0,7.
O time da Gávea finaliza mais, 16,9 x 12,4, sofre menos chutes ao seu gol, 8,6 x 11,0, mas tem de chutar mais, 9,0, para marcar, contra 7,9 do rival.
Para vazar a meta flamenguista são necessárias 8,6 finalizações, quase a metade das 15,5 do adversário.
Ah, os números! Ah, as médias! Ah, as estatísticas!
Cabeça no forno, pés no congelador, temperatura média excelente, mas no caixão.
O Flamengo foi o indiscutível campeão de 2019 e o Palmeiras foi mais campeão que ele em 2020, embora sem brilho.
E aí é que a coisa pega para quem gosta de futebol bem jogado, não apenas de vencer.
O Flamengo de Jorge Jesus tinha poesia e entusiasmava. O de Ceni parece seguir o mesmo caminho e está evidente que é o buscado pelo treinador.
O Palmeiras de Ferreira quer ganhar.
Na temporada passada, prejudicada pelos trauma do novo coronavírus, ser campeão, mesmo aos trancos e barrancos, bastou.
E tanto um quanto outro assim se consagraram, nos estaduais, no Campeonato Brasileiro, na Libertadores e, menos, na Copa do Brasil, quando o Palmeiras não deixou dúvidas ao superar o Grêmio.
Desnecessário lembrar que o Flamengo ganhou o Brasileiro perdendo para o São Paulo e graças a Cássio, que segurou o Inter.
Ou que a decisão continental foi de doer, entre Palmeiras e Santos, assim como a do Paulistinha, entre Palmeiras e Corinthians. Em 2021 os titulares rubro-negros jogaram duas vezes e os alviverdes apenas uma.
A diferença gritou.
Enquanto Gabigol e companhia atropelaram Bangu e Madureira (3 a 0 e 5 a 1), Weverton e seus companheiros sofreram para derrotar o Defensa y Justicia com atuação deprimente e vitória injusta por 2 a 1.
Apesar de ser incomparável a importância dos três jogos, ficou claro como a banda deve tocar num e noutro time.
Jogue no Mané Garrincha como fez na Argentina e o Palmeiras sofrerá derrota impiedosa, dessas de chutar números a escanteio, botar taças na frigideira e abalar convicções.
Não é, mesmo!, o prognóstico da coluna, certa de que Ferreira não nasceu ontem e percebeu que deve fazer seus jogadores serem mais ativos, e corajosos, para explorar o talento que têm em vez de apenas reagirem às investidas dos oponentes.
O simpático e articulado treinador português há de saber que ser campeão o Palmeiras já vinha sendo antes de sua chegada --e que saiu atrás de quem produzisse futebol à altura da Academia.
Vanderlei Luxemburgo foi tremenda bola fora, logo consertada pelo que foi possível fazer com competições em andamento.
Agora a exigência aumenta. Torcedor alviverde reclama de artilheiro que perca o quinto gol em jogo 4 a 0.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.