Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Neymar joga como gente grande e elimina dúvidas

O craque acabou com nota alta nos embates contra o Bayern de Munique na Champions

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Se havia dúvidas, e havia, sobre como Neymar se comportaria no jogo de volta contra o poderoso Bayern de Munique, depois de ter ido muito bem no de ida, ele as respondeu em grande estilo.

Marcado implacavelmente, sem violência, mas com seguidas faltas, não perdeu a paciência nenhuma vez, foi derrubado muitas vezes, levantou-se sempre pronto para continuar jogando e teve motivos de sobras para reclamar da sorte.

Só no primeiro tempo foram cinco chances claras para botar o campeão francês na frente, duas delas evitadas pelo monstruoso goleiro Neuer e três pelas traves, uma das quais, no travessão, pecado que evitou gol digno do Louvre, em Paris.

Difícil manter o equilíbrio diante de tanta falta de sorte e ele manteve.

Neymar encara a câmera com os dentes à mostra
Neymar durante a partida de volta contra o Bayern, pelas quartas da Champions - Christian Hartmann - 13.abr.21/Reuters

O jogaço acabou, como se sabe, com a vitória bávara e com a classificação parisiense para disputar novamente as semifinais da Liga dos Campeões da Europa.

Como o futebol brasileiro agradeceria se Neymar passasse a se comportar sempre assim dentro de campo e, no caminho de virar trintão, sossegasse um pouco o facho fora, com comportamento mais adequado a um adulto. Se nos poupasse de declarações machistas e nada originais.

Porque até na competição informal entre ele e Mbappé, mais na mídia, diga-se, que entre ambos, e embora o francês também tenha ido muito bem nos dois jogos, o brasileiro teve saldo ainda melhor.

Resta dizer que PSG e Bayern não chegaram a fazer, no Parque dos Príncipes, espetáculo tão empolgante como Flamengo e Palmeiras, no Mané Garrincha, mas estiveram à altura das expectativas, apesar da sentida ausência de Lewandowski.

O próximo desafio do PSG não é menor do que o superado ao eliminar os campeões mundiais, depois de já ter deixado o Barcelona de Lionel Messi pelo caminho.

Neymar e companhia (na semana passada teria escrito Mbappé&Cia) terão o embalado Manchester City de Pep Guardiola e Kevin De Bruyne pela frente, no último meio de semana de abril e no primeiro de maio, em mais dois jogos para marciano algum perder, que dirá os terráqueos.

Caso elimine também os ingleses, tudo indica que o PSG terá o Real Madrid na finalíssima, em Istambul, em 29 de maio.

Dá até para dizer que passar pelo time de Pep Guardiola será mais difícil que, eventualmente, pelo de Zinedine Zidane.

Só que os merengues são os merengues e ao se aproximarem da 14ª orelhuda o melhor a fazer é respeitar a história e não duvidar de nada.

Enfim, situação cômoda nas semifinais europeia só a do Chelsea, azarão dos azarões, sem nada a perder e disposto a ser mais que o parceiro do City na dupla britânica entre os quatro finalistas, demonstração do poderio técnico da Premier League —que não terá o Liverpool entre eles exatamente porque topou com os madridistas.

E aqui é obrigatório confessar uma surpresa dessas inimagináveis: não é que nos acostumamos à falta dos torcedores nos estádios e, ao que parece, os jogadores também, tamanho o nível técnico e de competitividade observados nos recentes grandes embates no Planeta Bola?

Para quem achava que jogos em estádios vazios tinham o gosto de chupar balas com papel, parece que aos poucos o invólucro se desfez como delicadas camadas de açúcar.

Pena que, no Brasil, tenhamos de conviver com os modorrentos campeonatos estaduais quando já poderíamos estar vivendo com um Brasileirão só nos fins de semana.

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