O pai da Sociedade Anônima do Futebol é o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
A mãe é xará do presidente do Senado, mas dela?, dele?, se falará adiante.
Porque importante citar os trabalhos tanto do relator no Senado quanto na Câmara dos Deputados, o senador Carlos Portinho (PL-RJ) e o deputado federal Fred Costa (Patriota-MG), respectivamente.
Portinho, advogado especializado em Direito Esportivo, sem alarde ouviu quem tinha de ouvir no mundo do futebol e manteve o que havia de essencial no projeto de Pacheco.
E Costa, mais discreto ainda, não mexeu numa vírgula do que havia sido aprovado no Senado, permitindo a rápida aprovação também na Câmara.
Se Pacheco é pai, Portinho e Costa são padrinhos de batismo e de crisma.
Agora, a mãe, sem a qual não teria nascido a lei que entrega aos clubes brasileiros a possibilidade de, a médio prazo, se igualar aos mais poderosos do mundo, captando recursos e sob administração profissional, com a separação do futebol da parte associativa.
Percebam a rara leitora e o raro leitor que possibilidade não é sinômino de inevitabilidade, porque, como sempre, dependerá do livre arbítrio de cada clube.
Mas está dado o choque de capitalismo de que nosso futebol precisa depois de viver por décadas na base da corrupção e da socialização da miséria, basta olhar para a CBF e para a maioria de nossos clubes, os mais populares, principalmente.
Ah, sim, a mãe, que provavelmente xingará a do colunista ao lê-lo: a mãe se chama Rodrigo Rocha Monteiro de Castro, 48, doutor em Direito pela PUC-SP, MBA em Administração de Empresas pelo Insper, um são-paulino apaixonado pelo clube tricolor e obcecado por introduzir o futebol brasileiro no século 21.
Com livros publicados sobre o tema e centenas de artigos a respeito, há mais de uma década, como verdadeiro Quixote ou soldado de um exército de Brancaleone, ele sangrou as duas mãos ao socar pontas de faca, e jamais esmoreceu.
A aprovação da SAF, uma lei basicamente nascida de sua inspiração desinteressada, pois o futebol não é sua área de atuação como advogado muito bem-sucedido, é gol compartilhado, claro, mas a lei não existiria sem sua inteligência e persistência.
Daqui a muitos anos, tomara, quando nossos clubes tiverem a pujança que suas massas torcedoras permitem, o nome dele será lembrado como o arquiteto da legislação que o trio Pacheco&Portinho&Costa viabilizou.
Por ironia dessas inexplicáveis, Rodrigo não pôde comemorar porque enquanto a Câmara aprovava a SAF, por 429 votos a 7 na última quarta (14), ele enterrava o pai Hélio que merecia ter visto a vitória do filho.
Outra ironia está na aprovação de lei iluminista neste momento de trevas no país.
Seja como for, viva a SAF!
Invictos
E não é que os dez clubes brasileiros que disputam as copas continentais estrearam sem derrotas no mata-mata tanto da Libertadores quanto da Sul-Americana? E com as quatro vitórias possíveis na Sula, três delas, com Grêmio, Athletico e Bragantino, fora de casa, e com o Santos na Vila, derrotados a LDU, o América de Cali, o Independiente del Valle e o da Argentina, respectivamente.
Do mesmo modo, Flu, Fla e Palmeiras derrotaram, como visitantes, o Cerro Porteño, o Defensa y Justicia e a Universidade Católica. Além dos empates do Galo, do São Paulo e do Inter com Boca Juniors, Racing e Olimpia.
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