Desnecessário, chato, irritante mesmo repetir que o futebol apresentado pelo Palmeiras não agrada.
Principalmente aos que veem os jogos apenas pelo prazer de vê-los, sem torcer para lado algum, se é que existe alguém assim.
O não-palmeirense se irrita porque o Palmeiras sempre vence, apertado, no fim, com eventual pênalti inexistente, por sorte, mas vence.
O palmeirense se irrita, durante o jogo, porque é, em regra, exigente e, depois do jogo, aliviado, com as críticas, porque as atribui aos insatisfeitos com os triunfos alviverdes.
Todos têm razão.
A vitória justíssima, fora de casa, contra o Atlético Goianiense, que havia vencido Corinthians e São Paulo, foi assim, por 3 a 0, com gol contra e mais dois no fim, suficiente para manter a liderança do luxuoso elenco palmeirense.
Que ameaça começar a sobrar no Brasileirão.
Tricolor despedaçado
O São Paulo voltou a perder no Morumbi. O algoz da vez foi o Fortaleza que, diga-se, não é algoz qualquer.
Não apenas pelas posições que ocupam na tábua de classificação, o time cearense é superior ao paulista.
Se terá elenco para suportar a belíssima campanha até aqui neste Brasileirão, são outros 500.
Importa registrar a organização conseguida pelo treinador argentino Juan Vojvoda e a personalidade da equipe, zero preocupada se o adversário é gigante ou não, capaz de se impor com ou sem o mando de jogo, tarefa facilitada em tempos de estádios vazios.
Inegáveis os desfalques do São Paulo, que paga o preço, com lesões, por não ter economizado esforços para ganhar o campeonato estadual e quebrar o jejum de títulos.
Fácil agora dizer sobre eventual exagero, porque era essencial fazer a campanha que fez, capaz de assegurar vantagens na fase final.
Às portas de ser eliminado pelo Racing na Libertadores, e com o Brasileirão apenas para terminá-lo dignamente, Hernán Crespo deve voltar os olhos para a Copa do Brasil, jamais conquistada pelo tricolor.
Hora de juntar as peças e planejar o fechamento da temporada, tão bem iniciada, com chave de ouro.
Alvinegro atrolpelado
Bastaram a força e o talento de Hulk para derrotar o Corinthians mais uma vez em Itaquera.
Parece que para ganhar dos grandes o alvinegro paulista precisa fazer gol no fim dos jogos porque, quando faz no primeiro tempo, não tem time para manter a vantagem.
Assim tem sido, é e será o Brasileirão do Corinthians, embora a direção do clube comece a dar sinais, para evitar o rebaixamento, de apelar para o chamado doping financeiro. Significa dizer, a política de contratar jogadores com salários irresponsáveis, atrasá-los, deixar de pagar outras obrigações, como os impostos, e se tornar mais competitivo. O próximo presidente que se vire, enfim, como vem sendo feito não é de hoje no Parque São Jorge.
A diferença entre o Corinthians e o Galo é a mesma existente entre Jô e Hulk, ambos com 34 anos.
Enquanto o paulista se arrasta na área o paraibano pontifica por todos os cantos. Enquanto Jô perdeu duas vezes o mesmo gol, Hulk fez os dois gols para virar o placar.
A campanha corintiana está na conta do chá, o suficiente, sem folga, para ficar na Série A, razão pela qual deve encarar o próximo jogo, na segunda-feira (26), contra o Cuiabá, na Arena Pantanal, como decisivo.
Quem diria, hein? Vem aí o clássico CuCo!
Melhor de quando era contra o Coritiba, hoje na Série B, embora estejamos vivendo tempos escatológicos como jamais.
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