Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Quarteto brasileiro pode repetir inglês e decidir taças continentais

Há chances de times do país dominarem as finais da Libertadores e da Sul-Americana

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Dois anos atrás, pela primeira vez na Europa, quatro equipes da Premier League decidiram tanto a Liga dos Campeões quanto a Liga Europa: Liverpool e Tottenham fizeram a final principal e Chelsea e Arsenal a secundária, com vitórias dos Reds e dos Blues.

Eis que a América do Sul está em vias de ver também pela primeira vez a façanha ser repetida por quatro clubes brasileiros, na Libertadores e na Copa Sul-Americana.

Na primeira, o Flamengo encaminhou bem sua classificação para enfrentar o Atlético Mineiro ou o Palmeiras, em Montevidéu.

Bruno Henrique comemora com Gabigol após marcar contra o Barcelona pela Libertadores
Bruno Henrique comemora com Gabigol e torcedores do Flamengo depois de marcar um de seus gols - Andre Mourao/FotoFC

Ainda a capital uruguaia parece próxima de receber a final da Sula, entre Bragantino e Athletico Paranaense, ambos muito bem-sucedidos nos jogos de ida contra o paraguaio Libertad e o uruguaio Peñarol, respectivamente.

E o que tanto sucesso significa?

Antes de buscar resposta, constatemos que nos anos 2000 ficou banal a Liga dos Campeões da Europa ser decidida por dois times do mesmo país, nada menos que oito vezes.

Em três ocasiões entre espanhóis, com o Real Madrid enfrentando, e vencendo, o Valencia e por duas vezes o Atlético.

Outras três, entre ingleses, com o Manchester United, o Liverpool e o Chelsea superando, respectivamente, o Chelsea, o Tottenham e o Manchester City.

Uma vez o italiano Milan ganhou da Juventus e noutra o Bayern Munique sagrou-se campeão ao derrotar o Borussia Dortmund.

Na América do Sul o predomínio é brasileiro no quesito decidir a Libertadores.

Foram quatro decisões, todas também nos anos 2000, com apenas uma entre os argentinos River Plate e Boca Juniors e as demais entre os nacionais São Paulo e Atlético Paranaense, Inter e São Paulo e Palmeiras e Santos —como se sabe com o River, os tricolores, os colorados e os alviverdes campeões.

Se o Flamengo confirmar a vantagem obtida sobre o equatoriano Barcelona, pelo segundo ano seguido os brasileiros estarão na final, algo que nenhum país europeu conseguiu na Champions.

Talvez porque o real, apesar de todos os pesares, desequilibra mais a situação entre os sul-americanos.

Apenas como simbolismo, lembremos que o astro que brilhava no River Plate, Nacho Fernández, fez o gol para o Galo que antecipou a eliminação de seu ex-time, no Monumental de Núñez. E que David Terans, de puxeta, começou o que pode ter sido a eliminação de seu ex-Peñarol na derrota, no Uruguai, para o Athletico por 2 a 1.

A bem explorada Nação rubro-negra, a Crefisa, a MRV e a Red Bull fazem a diferença, além da gestão a ferro e fogo do Furacão.

Não que a diferença técnica seja abissal entre nossos times e os dos hermanos, mas a desproporção no tamanho das torcidas dos clubes brasileiros e os patrocínios pesam a favor do futebol do país que tem 210 milhões de habitantes, quatro vezes e um pouco mais maior que a Colômbia e a Argentina.

A bola não entra por acaso sabemos todos, apenas o dinheiro não garante o sucesso, embora ajude e muito.

Tudo isso para dizer que o colunista não está livre do risco de, na quinta-feira (30), quando as duas finais das copas continentais estiverem definidas, ficar com cara de tacho porque o Barcelona, o Libertad e o Peñarol "remontaram", como eles dizem, sobre Flamengo, Bragantino e Athletico e só sobrar um brasileiro entre os quatro finalistas.

Com o perdão do trocadilho infame, será uma soçobrada como nunca vimos.

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