Embora tenha marcado seu 100° gol no Corinthians, o terceiro dele no alvinegro, Rogério Ceni não se dá bem com o rival.
Na nova carreira como treinador ganhou apenas um dos nove jogos que disputou —e precisou dirigir o Flamengo para obtê-la, em fevereiro deste ano.
Até então havia perdido quatro vezes, três pelo tricolor paulista e uma pelo tricolor cearense, o Fortaleza, e empatado as demais.
Como jogador enfrentou o Corinthians 68 vezes, perdeu 26, empatou e venceu 21 vezes, ao sofrer 95 gols, mais de um por jogo.
Tudo isso, e nada disso, estará em jogo nesta segunda-feira (18) no Morumbi, no Majestoso de número 350, 131 vitórias corintianas, 106 são-paulinas, 112 empates.
Tudo isso importa porque clássicos são clássicos exatamente pelas histórias que carregam, pelos personagens que produzem e, sem nenhuma dúvida, Rogério Ceni é protagonista do Majestoso.
Se os números citados favorecem o visitante desta noite, e se o corintiano curte saber que jamais perdeu em 15 Majestosos em Itaquera, é bom que saiba, também, que desde 2017, em sete jogos com quatro vitórias, o São Paulo não perde como seu anfitrião.
Mas nada disso importa quando o olhar se limita ao jogo em si, pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Para o São Paulo o clássico é vital na busca de se afastar da maliciosa zona do rebaixamento, a areia movediça que traga as camisas pesadas com mais gosto que as pequenas, experiência inédita na vida tricolor e pela qual não quer e não pode passar.
Para Ceni será passo fundamental na direção de começar a vencer a resistência de grande parte da torcida que não o perdoou por declarações desastradas na passagem pela Gávea —as quais ele só piorou ao tentar consertá-las.
Sem Miranda, sem Luan e sem Rigoni, o melhores da defesa, do meio de campo e do ataque, será complicado superar o adversário cujos desfalques de Fagner e Willian pesam bem menos que a presença do quarteto responsável pela reação corintiana —Giuliano, Renato Augusto, Roger Guedes e o jovem Gabriel Pereira, embora, registre-se, o time tenha jogado mal na derrota para o Sport e na vitória, injusta, sobre o Fluminense.
Ao contrário da luta do São Paulo, a do Corinthians é pelo G4 e mesmo a derrota não o afastará dela, o que faz de eventual 11º empate resultado razoável, ao passo que o 14º empate tricolor, em 27 jogos, será exagero perigoso.
E o Palmeiras?
O alviverde enfim venceu e até mostrou bons momentos contra o Inter, embora depois de ter feito 1 a 0, e com um jogador a mais, não tenha sabido explorar a vantagem.
Abel Ferreira faz história também pelas entrevistas que concede.
Depois do empate com o Bahia se confundiu na citação e disse “que para meio entendedor, meia palavra basta”, o que os bons entendedores ficaram sem entender e parece que existem quatro jornalistas, além do vizinho, que ele quer ver longe.
Já antes de enfrentar o Colorado, com razão, reclamou dos 13 jogos sem seus jogadores a serviço das seleções, mas, ao olhar só para o próprio umbigo foi incapaz de lembrar que Atlético Mineiro e Flamengo passam pelo mesmo absurdo e que o time carioca é o que perde os jogadores mais decisivos.
Era grande a expectativa, depois da vitória sobre os gaúchos, se Ferreira falaria sobre o vexaminoso desaparecimento dos gandulas depois da abertura do placar.
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