Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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A seleção brasileira, sem Neymar, revelou a hombridade de um time maduro

O camisa 10 suportaria o clima hostil sem ser expulso? Jamais saberemos

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A pequena San Juan, chamada de a capital argentina do hóquei sobre patins, será um marco caso a seleção brasileira volte hexacampeã da Copa do Mundo do Qatar.

Possibilidade em que poucos acreditavam até o 0 a 0 contra a Argentina em clima ridículo de guerra e sob arbitragem pusilânime do trio uruguaio e do VAR caseiro da Conmebol.

A cotovelada de Otamendi em Raphinha mereceu mais que o cartão vermelho, mas a prisão do veterano zagueiro.

Otamendi acertou cotovelada em Raphinha no clássico entre Argentina e Brasil, pelas Eliminatórias
Otamendi acertou cotovelada em Raphinha no clássico entre Argentina e Brasil, pelas Eliminatórias - Andres Larrovere - 16.nov.2021/AFP

Apesar disso, o que se viu foi um time maduro, embora recheado de garotos, capaz de resistir às provocações, sem confundir hombridade com macheza.

Tão maduro que permitiu deixar uma pergunta no ar: Neymar suportaria sem ser expulso? Jamais saberemos.

Soubemos que o sistema defensivo, sem Casemiro e sem recorrer às faltas, permitiu apenas uma jogada perigosa dos pés de Messi, aparentemente fora de sua melhor forma.

Como soubemos aquilo que na verdade já sabíamos: Matheus Cunha tem técnica e imposição física para ser o centroavante titular.

Vinícius Junior é um caso à parte.

No dia em que for capaz de finalizar como é de incendiar o jogo, de ousar sem medo de cara feia, pode ser o fator de desequilíbrio que Neymar muitas vezes é, outras tantas deixa de ser. E o menino do Real Madrid tem um ano para aprimorar o último lance.

Dos 13 jogos sem derrotas com dois empates nestas modorrentas Eliminatórias, o 0 a 0 em San Juan foi de longe o melhor desempenho brasileiro, melhor até que a goleada por 4 a 1 sobre o tristemente decadente Uruguai, ameaçado, como a poderosa Itália, de não ir ao Qatar, exatamente os dois campeões das quatro primeiras Copas do Mundo, duas para cada um em 1930, 1934, 1938 e 1950.

Temos visto nas últimas Copas uma superioridade europeia que as Eliminatórias no Velho Mundo demonstram em menor intensidade se compararmos a diferença entre a qualidade da Champions e da Libertadores.

Se o time brasileiro for capaz de repetir o nível de concentração demonstrado contra a Argentina naquele clima hostil em que até o Hino Nacional foi vaiado, Alemanha, Inglaterra, Espanha e França, os demais sócios do fechado clube de oito campeões, terão osso duro pela frente.

Os três goleiros da seleção são excelentes, os zagueiros de área idem, embora os laterais nem tanto, mais defensores que ofensivos, apesar de Guilherme Arana ter espaço pela frente para crescer ainda mais.

Falta, é verdade, um Kevin De Bruyne, ou até um De Arrascaeta, porque Lucas Paquetá, mesmo capaz de se matar em campo, está longe de ser o organizador de que a Amarelinha necessita.

Raphael Veiga pode vir a ser? Everton Ribeiro? Claudinho? Renato Augusto?

Enfim, tempo há para achar quem mais possa ser o pensador do time de Tite, que teve o inegável mérito de ser corajoso no terreno mais agressivo do torneio sul-americano.

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