A dupla Gre-Nal deixou de mandar no futebol sulista e perdeu o lugar para o Athletico Paranaense.
Do mesmo modo, Bahia e Sport foram derrubados por Fortaleza e Ceará no Nordeste.
No Sudeste ficou mais complicado determinar hegemonias, ao contrário do que se deu na América do Sul, onde o futebol brasileiro dominou ao vencer as Libertadores masculina e feminina e a Copa Sul-Americana.
O Atlético Mineiro deve ser campeão brasileiro com sobras, é favorito para vencer também a Copa do Brasil na disputa com o xará paranaense, além de ter sido eliminado invicto nas semifinais da Libertadores e campeão estadual.
O Flamengo que a partir de 2019 parecia imbatível noves fora os acidentes do jogo, termina o ano de maneira, no mínimo, sombria, caído das alturas e da arrogância simbolicamente retratadas por Andreas Pereira.
E o Palmeiras ganhou duas vezes consecutivas a taça mais valiosa ao superar tanto os mineiros como os cariocas em temporada que poderia ter sido encerrada em clima deprimente.
É curioso: é possível que existam torcedores que prefiram não chegar às decisões do que perdê-las. É compreensível para quem procura evitar as frustrações mais significativas, mas não serve para avaliar desempenhos de times durante as temporadas.
O Palmeiras disputou as finais da Recopa Sul-Americana, da Supercopa do Brasil, do Paulistinha e da Libertadores, ou seja, em quatro das seis taças que disputou.
Decepções mesmo foram a eliminação precoce na Copa do Brasil, pelo fraco CRB alagoano, e a campanha irregular no Campeonato Brasileiro.
Nas decisões, a perda da Supercopa para o Flamengo aconteceu nos pênaltis e depois de grande atuação, num jogaço, talvez o melhor de 2021 no país.
Tristes foram as derrotas para o pequeno argentino Defensa y Justicia, no Brasil, e para o São Paulo, incompatíveis com o tamanho do investimento dos finalistas e com a fragilidade dos dois vitoriosos.
Perder a Libertadores, no que seria o 10° jogo sem vencer o Flamengo, fecharia, de fato, campanha decepcionante.
Seria e não só deixou de ser como acabou coroada por conquista épica.
Dá para garantir que temos uma fotografia duradoura em nosso futebol?
Alguém duvida de que a dupla Gre-Nal possa se recuperar ou que o Furacão está aí para ficar?
Em São Paulo não há dúvidas sobre a hegemonia alviverde, dada a indigência de Corinthians, Santos e São Paulo.
Como não há no Rio e em Minas em relação aos rubro-negros e alvinegros, porque Botafogo, Fluminense e Vasco viraram coadjuvantes e o Cruzeiro foi dizimado por uma quadrilha de assaltantes ainda impune.
Mas por quanto tempo, se tais hegemonias estaduais estão baseadas ou em mecenatos ou no velho associativismo?
A SAF (Sociedade Anônima do Futebol) está aí para ser abraçada pelos gestores competentes e de boa vontade.
Cadê eles?
CASA DE FERREIRA
Abel Ferreira falou em tom de despedida. Não se sente em casa e faz sentido.
Se voltar para Europa não deixará legado de futebol como o patrício Jorge Jesus, mas de entrevistas memoráveis, descontado o tom muitas vezes colonizador.
Porque pôs o dedo na ferida da insânia do calendário como nenhum outro treinador.
E se não cumpriu todas as metas do clube, atingiu plenamente as dele: ganhar as duas Libertadores. Está de parabéns.
Agora, se ficar e trouxer o Mundial, San Gennaro que se cuide.
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