Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Chegou a hora de o Palmeiras acabar com parte da musiquinha

E, quem sabe, prenunciar que a gozação será definitivamente enterrada

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A Copa São Paulo não é o mais importante torneio das categorias de base do país.

Disputada desde 1969, originalmente organizada pela prefeitura paulistana para festejar o aniversário da cidade e decidida sempre no dia 25 de janeiro.

Não é o campeonato mais importante, mas é o maior, com 128 participantes, e o que desperta mais atenção, porque nas férias do futebol profissional, diferentemente dos diversos certames brasileiros de categorias de base promovidos pela CBF.

Em sua 52ª edição, a Copinha vive mistério que pode ser encerrado nesta terça-feira (25), às 16h, com transmissão pela Globo: a ausência de títulos de um dos mais poderosos clubes do mundo, o Palmeiras, algo inexplicável principalmente nos últimos anos, a partir dos quais o alviverde passou a ganhar quase tudo nas chamadas competições sub.

Jogadores do Palmeiras durante partida contra o São Paulo na Copinha
Palmeirenses celebram vitória sobre o São Paulo na Copinha - Roberto Zacarias/Ag. Palmeiras

Apenas em 1987, quando a prefeitura desistiu de organizá-la, e no ano passado, por causa da pandemia, a Copinha não foi disputada. Está nas mãos da FPF desde 1988.

Só em duas oportunidades o Palmeiras participou da decisão, e seu jejum ensejou a incômoda musiquinha que diz "Palmeiras não tem Mundial, não tem Copinha, não tem Mundial".

Derrotados pelo maior rival Corinthians, em 1970 e, pior (?), pelo pequeno Santo André, em 2003, os alviverdes entrarão em campo como favoritos contra o Santos, como mandantes por terem melhor campanha e respaldados por sua torcida, sem a presença da massa santista.

Chegou a hora de acabar com parte da musiquinha e, quem sabe, prenunciar que no dia 12 de fevereiro, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, a gozação será definitivamente enterrada.

Inegável que revelar Endrick é mais importante do que ganhar a Copinha, como foi com Gabriel Jesus, em 2015, quando o Palmeiras parou nas semifinais, eliminado pelo Botafogo de Ribeirão Preto —que o Corinthians derrotou na final para ganhar o nono de seus dez títulos.

E Gabriel Jesus e Endrick são apenas dois casos, porque o Palmeiras tem se notabilizado pelo aproveitamento de uma porção de revelações feitas em casa, bem aproveitadas no time principal e fontes para boas transações.

Mas dos chamados gigantes do futebol brasileiro só Palmeiras, Bahia, Botafogo e Grêmio jamais venceram a Copinha, e está na hora de deixar o incômodo nos pés de baianos, cariocas e gaúchos.

O Santos e seus sempre surpreendentes meninos lutarão pela quarta conquista, campeões em 1984, 2013 e 2014.

Daí estar a quarta maior torcida brasileira muito mais ligada na decisão da Copinha do que esteve na estreia do seu time no Paulistinha, contra o Novorizontino, vitória tranquila por 2 a 0.

Quase clandestina, tratada como deve, pré-temporada do que, de fato, importa, o Mundial, com semifinal marcada para o dia 8 de fevereiro, contra os mexicanos do Monterrey ou os egípicios do Al Ahly, paradas duras, duríssimas, como têm demonstrado as últimas participações brasileiras no torneio.

Repita-se que ganhar a Copa São Paulo não é o mais importante, embora o realismo se imponha, como ficou demonstrado no Choque-Reizinho do sábado (22).

O Verdãozinho saiu na frente logo aos quatro minutos, deu a sensação de que golearia o São Paulo, mas recuou miseravelmente, tomou duas bolas nas traves e merecia ter sido castigado com uma decisão na marca do pênalti.

O Santos há de ter percebido.

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