Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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A Supercopa ficou gigante

Era para ser só a abertura do ano. Mas, confrontando rivais, torneio se torna enorme

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Para quem queria uma final da Supercopa do Brasil como a de 2021, a tarde de domingo foi deliciosa.

Atlético Mineiro e Flamengo repetiram, com juros, o 2 a 2 entre Flamengo e Palmeiras.

Com juros porque elevaram ao máximo a emoção da decisão na marca do pênalti, com variações de matar do coração os torcedores dos dois times.

Jogadores do Atlético-MG comemoram título da Supercopa do Brasil - Adriano Machado/Reuters

Coube ao Galo, campeão brasileiro e campeão da Copa do Brasil, ficar também com a Supercopa, num grande jogo em que saiu na frente, tomou a virada graças ao uruguaio Dom Arrascaeta, arrasador no segundo tempo, e empatou com Hulk.

Sempre haverá quem privilegie os erros que permitiram os quatro gols, como o do goleiro rubro-negro Hugo, corajosamente escalado por Paulo Sousa no lugar de Diego Alves, no 1 a 0 mineiro, em rebote aproveitado por Nacho Fernández.

Ou criticará o também uruguaio e experiente zagueiro Godín, no gol da virada feito por Bruno Henrique.

Mas como esquecer o petardo de Guilherme Arana que levou Hugo ao erro?

Ou o passe do menino Lázaro em sua primeira participação no jogo para Bruno Henrique fazer o 2 a 1?

Quem viu, no sábado, Manchester City 2, Tottenham 3, talvez tenha pensado que jamais veríamos, no Brasil, um jogo como aquele, com domínio quase absoluto do City e vitória do time londrino, em exibição de gala de Harry Kane e eficiência absoluta, ao marcar os dois gols que apareceram em sua frente.

A intensidade do jogo em Manchester foi tamanha que o torcedor brasileiro teve mesmo razão para achar que aqui seria impossível, nos nossos gramados e, ainda mais, em começo de temporada.

Pois Galo e Mengo mostraram que estavam de brincadeira em seus ridículos campeonatos estaduais e disputaram a decisão como se fosse um Mundial.

Arana, do Atlético, duela com Arrascaeta, do Flamengo, na boa final - Adriano Machado/Reuters

Encheram os olhos de quem gosta de futebol com atuações exuberantes também do garoto João Gomes e do experiente Nacho Fernández.

A exemplo do que aconteceu no ano passado, o fato de confrontar rivalidades nacionais dá à Supercopa do Brasil um caráter que nem era para a taça ter.

Teve entre rubro-negros e palmeirenses e teve agora, noves fora a ridicularia dos cartolas que os jogadores deixaram de lado para disputar lealmente a decisão.

Mesma coisa aconteceu quando, em 2013, Corinthians e São Paulo disputaram a Recopa Sul-Americana, troféu para o qual não se dava importância alguma por aqui e que acabou ganhando contornos épicos.

Dupla de ferro

O Trio de Ferro anda enfraquecido porque o São Paulo vive às voltas com problemas que parecem insolúveis.

Sobraram Palmeiras e Corinthians, embora com diferenças consideráveis.

São os favoritos ao título do Paulistinha com o alvinegro no papel de concorrente pelo número de talentos que reuniu, até mais que o do rival.

Se aguentará a incomparável melhor organização do alviverde, é coisa a se ver.

O Palmeiras tem levado o Paulistinha com os pés nas costas enquanto o Corinthians leva com altos e baixos.

Triste é ouvir o presidente corintiano dizer que é contra a SAF porque um clube popular como o Corinthians não pode ter donos.

Seria argumento ponderável caso a história de Parque São Jorge fosse outra, não a dos "donos" Wadih Helu, Vicente Matheus, Alberto Dualib e, disfarçado pelo rodízio, Andrés Sanchez, que dominam a cena desde o final da década de 1950.

Aliás, do que vive o sr. Duílio Monteiro Alves?

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