O egípcio Al Ahly é velho conhecido dos torcedores brasileiros.
Atormentou a vida do Inter e fez os colorados sofrerem para derrotá-lo por 2 a 1, em 2006.
Seis anos depois aconteceu o mesmo com o Corinthians, vitorioso por só 1 a 0, gol de Paolo Guerrero, e muita pressão para segurar o resultado.
No Mundial passado, nos pênaltis, ficou com o terceiro lugar ao superar o Palmeiras.
Figurinha carimbada nos Mundiais de Clubes, decacampeão africano, o Al Ahly busca chegar à final pela primeira vez na sétima participação, menos apenas que o neozelandês Auckland City, este figurinha fácil, nove presenças em 18 torneios.
Orgulhosa, a torcida do Al Ahly se gaba de ser a maior do mundo e chama o clube de Gigante Vermelho.
O favorito mexicano Monterrey sentiu a força ao ser derrotado por meio time reserva dos egípcios, pois a outra metade estava, como se sabe, a serviço da seleção do país. No estádio a maioria árabe foi gritante, como deverá acontecer até o fim do Mundial.
Todos dávamos como certo que os mexicanos seriam os adversários do Palmeiras e agora estamos diante do fantasma que vem do Cairo.
Que jogará com a vantagem de já ter estreado, além de com muito menos peso porque ninguém no Egito exige que volte campeão, como se faz por aqui, a terra do tudo ou nada e que há muito deixou de ser a do jogo bonito ou mais vitorioso.
Ainda bem que grande parte do time alviverde já passou pela experiência e que Abel Ferreira conheceu o fiasco em Al Rayyan, no Qatar, a 555 quilômetros de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos — menos pela derrota na semifinal no Mundial passado, mais pelo quarto lugar, exatamente contra o Al Ahly, embora seja um suplício para os brasileiros jogar pelo terceiro.
Clube mais popular do chamado mundo árabe, não duvidem a rara leitora e o raro leitor, será osso duríssimo de roer, razão pela qual pensar no Chelsea (ou no saudita Al Hilal…) é botar o carro antes dos bois, o que, se o torcedor pode fazer, o elenco está vacinado para nem pensar.
Um jogo de cada vez é a ordem do dia e o jogo da terça-feira, dia 8, às 13h30, é O JOGO.
Este Mundial, por sinal, pode ser o último com chances para times não europeus, caso venha a vingar a ideia da Fifa em fazê-lo com 24 times, oito deles do Velho Continente.
Com uma dose de ironia para quem diminui o Mundial de 2000, vencido pelo Corinthians, porque "se fosse mesmo sério teria sido transmitido pela Globo e não pela Bandeirantes".
Pois eis que como o primeiro Mundial da Fifa, eventualmente o último, neste formato, também estará apenas na Band.
Derradeira possibilidade ou não — a Fifa parece querer ocupar todas as datas, ao pensar também na Copa do Mundo a cada dois anos —, fato é que o Palmeiras tem mesmo motivos para acreditar no próprio taco se com os pés no chão.
Será a terceira tentativa.
Na segunda foi mal, muito mal, mas, na primeira, mereceu vencer o Manchester United. Perdeu por 1 a 0 em falha histórica do goleiro Marcos e teve o gol de empate, feito por Alex, erradamente anulado.
Os egípcios nada têm a perder e quase surpreenderam o favorito Senegal na Copa da África, derrotados só nos pênaltis.
Dizem que Deus é brasileiro, mas Alá é grande.
Daí todo cuidado ser pouco para evitar nova frustração.
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