Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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O Al Ahly exige respeito por parte do Palmeiras

É preciso lembrar que no Mundial passado o time paulista perdeu para os egípcios?

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O egípcio Al Ahly é velho conhecido dos torcedores brasileiros.

Atormentou a vida do Inter e fez os colorados sofrerem para derrotá-lo por 2 a 1, em 2006.

Seis anos depois aconteceu o mesmo com o Corinthians, vitorioso por só 1 a 0, gol de Paolo Guerrero, e muita pressão para segurar o resultado.

No Mundial passado, nos pênaltis, ficou com o terceiro lugar ao superar o Palmeiras.

Jogadores do Al Ahly comemoram a vitória sobre o Palmeiras na disputa pelo terceiro lugar no Mundial de 2020
Jogadores do Al Ahly comemoram a vitória sobre o Palmeiras na disputa pelo terceiro lugar no Mundial de 2020 - Karim Jaafar - 11.fev.2021/AFP

Figurinha carimbada nos Mundiais de Clubes, decacampeão africano, o Al Ahly busca chegar à final pela primeira vez na sétima participação, menos apenas que o neozelandês Auckland City, este figurinha fácil, nove presenças em 18 torneios.

Orgulhosa, a torcida do Al Ahly se gaba de ser a maior do mundo e chama o clube de Gigante Vermelho.

O favorito mexicano Monterrey sentiu a força ao ser derrotado por meio time reserva dos egípcios, pois a outra metade estava, como se sabe, a serviço da seleção do país. No estádio a maioria árabe foi gritante, como deverá acontecer até o fim do Mundial.

Todos dávamos como certo que os mexicanos seriam os adversários do Palmeiras e agora estamos diante do fantasma que vem do Cairo.

Que jogará com a vantagem de já ter estreado, além de com muito menos peso porque ninguém no Egito exige que volte campeão, como se faz por aqui, a terra do tudo ou nada e que há muito deixou de ser a do jogo bonito ou mais vitorioso.

Ainda bem que grande parte do time alviverde já passou pela experiência e que Abel Ferreira conheceu o fiasco em Al Rayyan, no Qatar, a 555 quilômetros de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos — menos pela derrota na semifinal no Mundial passado, mais pelo quarto lugar, exatamente contra o Al Ahly, embora seja um suplício para os brasileiros jogar pelo terceiro.

Clube mais popular do chamado mundo árabe, não duvidem a rara leitora e o raro leitor, será osso duríssimo de roer, razão pela qual pensar no Chelsea (ou no saudita Al Hilal…) é botar o carro antes dos bois, o que, se o torcedor pode fazer, o elenco está vacinado para nem pensar.

Um jogo de cada vez é a ordem do dia e o jogo da terça-feira, dia 8, às 13h30, é O JOGO.

Este Mundial, por sinal, pode ser o último com chances para times não europeus, caso venha a vingar a ideia da Fifa em fazê-lo com 24 times, oito deles do Velho Continente.

Com uma dose de ironia para quem diminui o Mundial de 2000, vencido pelo Corinthians, porque "se fosse mesmo sério teria sido transmitido pela Globo e não pela Bandeirantes".

Pois eis que como o primeiro Mundial da Fifa, eventualmente o último, neste formato, também estará apenas na Band.

Derradeira possibilidade ou não — a Fifa parece querer ocupar todas as datas, ao pensar também na Copa do Mundo a cada dois anos —, fato é que o Palmeiras tem mesmo motivos para acreditar no próprio taco se com os pés no chão.

Será a terceira tentativa.

Na segunda foi mal, muito mal, mas, na primeira, mereceu vencer o Manchester United. Perdeu por 1 a 0 em falha histórica do goleiro Marcos e teve o gol de empate, feito por Alex, erradamente anulado.

Os egípcios nada têm a perder e quase surpreenderam o favorito Senegal na Copa da África, derrotados só nos pênaltis.

Dizem que Deus é brasileiro, mas Alá é grande.

Daí todo cuidado ser pouco para evitar nova frustração.

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