Bastou elogiar o Palmeiras pelas goleadas impostas a adversários mais fracos na Libertadores para aparecer uma Juazeirense em sua vida e ridicularizar o elogio.
Porque mesmo com Gustavo Gómez, Raphael Veiga e Dudu em campo o alviverde suou para ganhar por apenas 2 a 1, depois de sair atrás e ser salvo pela providencial entrada de Gustavo Scarpa, autor do golaço da vitória.
A atuação abaixo da crítica do bicampeão continental aconselha a poupá-lo de elogios e ficar de boca fechada para não dar bom dia a cavalo, embora tenha permitido constatar que falta faz Danilo no meio de campo.
A vitória magra servirá de alerta para o jogo em Londrina que deveria ser em Juazeiro, onde a Juazeirense eliminou o Vasco da Copa do Brasil.
Não será, como sabem a rara leitora e o raro leitor, porque a CBF exige estádios com capacidade para 10 mil torcedores, absurdo que contraria o espírito do torneio, exatamente o de permitir a torcedores de clubes menores ver de perto pelo menos uma vez na vida um gigante de nosso futebol.
O magro triunfo palmeirense também teve a serventia de mostrar que em tempos de redes antissociais desregradas o melhor é não alimentar robôs e algoritmos sempre prontos a mostrar quão perigosa é a vida moderna.
Elogios só mesmo para o Manchester City, o Liverpool e, moderadamente, para o Real Madrid.
SAN-SÃO
Caso vença no Morumbi, o Santos merecerá atenção especial.
Caso perca, o São Paulo precisará de socorro.
O empate virá a calhar embora o clássico não esteja com cara de igualdade, ao contrário. Noite interessante.
TRAGÉDIA DA CHAPE
Está no canal Discovery+ um documentário sobre a tragédia da Chapecoense.
Muito bem-feito, comovente em vários momentos, rico em depoimentos pela América do Sul afora, mas com vício insanável: não ouve as verdadeiras responsáveis pela CPI instalada no Senado Federal, as viúvas das vítimas que organizaram a AFAV-C (Associação dos Familiares das Vítimas do Voo da Chapecoense), Fabienne Belle e Mara Paiva, que perderam, respectivamente, os maridos Cesinha, fisiologista da Chape, e Mário Sérgio, então comentarista da Fox Sports.
Apesar de deixar claro quem são os criminosos que organizaram voos com combustível no limite da irresponsabilidade e de tratar com respeito e reverência todas as vítimas, o documentário, no terceiro capítulo, acaba por dar visibilidade a oportunistas que fingem comiseração embora tenham interesses inconfessáveis.
Não é mesmo fácil tratar tema tão delicado, mas é imperdoável esquecer quem, de fato, não tem deixado a tragédia ser esquecida e permanece na luta para que se faça justiça.
Ainda falta o quarto e derradeiro episódio do documentário, mas nem a presidenta nem a vice da AFAV-C, segundo a coluna apurou, foram sequer procuradas.
É, no mínimo, estranho. Muito estranho.
TIM MAIA!
No país em que pobre vota na direita, como disse Tim Maia, nada mais é surpreendente. Nem revoltante.
Tudo é normalizado.
Até o dia em que vierem pegar você.
Aí, camarada, não haverá mais ninguém capaz de defendê-lo.
Certamente você já leu ou ouviu alguém falar disso de maneira, digamos, mais poética.
Pois eis que a poesia agoniza e a realidade adverte.
Leu a coluna de Luís Francisco Carvalho Filho na sexta (29)? As de Janio de Freitas e Elio Gaspari no sábado (30)? Não leu? Leia!
E reaja!
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.