Julianna Sofia

Jornalista, secretária de Redação da Sucursal de Brasília.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Julianna Sofia
Descrição de chapéu
Previdência

Memoráveis pedaladas

Fiscalistas temem furo ao teto de gastos, mas regra de ouro está sob risco iminente

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Prédio do TCU, em Brasília; tribunal estima que a máquina pública possa parar a partir de 2024
Prédio do TCU, em Brasília; tribunal estima que a máquina pública possa parar a partir de 2024 - Alan Marques - 21.jan.15/Folhapress

A fragilidade fiscal do Brasil, com o Estado quebrado e o endividamento público caminhando para 80% do PIB, tem suscitado grande inquietação sobre o futuro do dispositivo constitucional que estabeleceu o teto de gastos da União. Vários presidenciáveis se opõem ou, no mínimo, são céticos sobre a permanência dessa trava nas despesas.

Especialistas calculam como elevada a probabilidade de descumprimento do limite já em 2019. O TCU estima que a máquina pública possa parar a partir de 2024: com os gastos obrigatórios —principalmente Previdência e funcionalismo— consumindo a totalidade dos recursos orçamentários sob o teto, não haverá dinheiro nem para cafezinho.

Há pânico entre fiscalistas, temerosos que o mecanismo criado por Michel Temer seja flexibilizado ou banido, e o complexo legado fiscal herdado pelo novo mandatário jogue o país numa situação de insolvência.

Mas o que dizer de outra norma fiscal vigente, que está na iminência de ser pedalada? Com a redundância de regramentos no manejo das contas federais —teto de gastos, meta de resultado primário e regra de ouro— essa última tem perdido espaço no debate eleitoral.

A regra de ouro impede a emissão de dívida em volume superior aos investimentos. Ou seja, proíbe que o Tesouro tome recursos para bancar despesas correntes e determina que exceções ao princípio sejam autorizadas pelo Congresso.

Temer deixará para o próximo presidente um buraco na regra de ouro de R$ 254 bilhões, que deverão ser cobertos com a aprovação de créditos adicionais pelos parlamentares. A solução foi incluída no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2019 e vem sendo refutada por consultorias técnicas da Câmara e do Senado, com um alerta sobre os riscos de instabilidade política e de o assunto chegar ao Judiciário.

A equipe econômica diz que a alternativa foi previamente acordada com o TCU. O mesmo tribunal que condenou Dilma Rousseff pelas memoráveis pedaladas fiscais.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.