Julianna Sofia

Jornalista, secretária de Redação da Sucursal de Brasília.

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Descrição de chapéu Previdência

Sem mágica

Arsenal do governo Temer para estimular economia zerou, e expectativa de PIB segue minguante

O repertório governista para impelir a atividade econômica, ainda neste ano, está zerado. Foi raspa do tacho a liberação de R$ 34 bilhões das contas do PIS/Pasep, o que pode beneficiar 29 milhões de trabalhadores e tem potencial para reproduzir o efeito benigno que o saque das contas inativas do FGTS no ano passado gerou na retomada.

“Não tem mágica. Não tem mais pacotes. Tem medidas que levam a melhorar o ambiente. Temos que insistir nas medidas microeconômicas”, diz o ministro Esteves Colnago (Planejamento), sem grande entusiasmo. Pudera. A agenda microeconômica prioritária, reciclada e apresentada pelo governo Michel Temer em fevereiro, teve apenas 1 dos seus 15 projetos aprovados pelo Congresso até o momento —enquanto é outro o ímpeto do Legislativo para apreciar pautas-bomba.

Sem mágica, sem pacotes, sem medidas, a expectativa de PIB é minguante. O Banco Central reestimou o crescimento para 2018. Com a paralisação dos caminhoneiros e a deterioração das condições do mercado financeiro, a alta esperada caiu de 2,6% para 1,6%. E à medida que anda o relógio eleitoral e aumentam as incertezas sobre o futuro presidente, o que já está ruim poderá ficar pior.

O Planejamento crê na geração de investimento e emprego com o recente marco legal da mineração. A insegurança jurídica vinha represando negócios no setor, que agora deverá sair em busca do tempo perdido.

Também crê no acordo sobre o dilema da cessão onerosa —revisão de contrato entre União e Petrobras que permitirá um leilão de excedente de petróleo do pré-sal. A solução propiciará mais que ganhos fiscais, com abatimento da dívida pública. “Esse projeto dá uma injeção na economia muito importante. Para o Rio de Janeiro, gera fator novo de investimento, que hoje está enterrado”, afirma o ministro.

Crenças não movem moinhos, nem a economia. O TCU fixou novas regras para licitações, originando um obstáculo importante para o megaleilão ainda neste governo. 

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