Julianna Sofia

Jornalista, secretária de Redação da Sucursal de Brasília.

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Descrição de chapéu Previdência

A galinha da discórdia

Globo recusa-se a veicular campanha de vacinação, e meta pode ser comprometida

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A ameaça de reviver tempos em que eram comuns as doenças da infância (sarampo, poliomielite, coqueluche etc.) por causa da queda na cobertura vacinal da população remete o Brasil ao país de quatro décadas atrás. Em 2017, 25% dos municípios não alcançaram as metas fixadas para nenhuma das vacinas recomendadas pelo Ministério da Saúde, e os índices de imunização caíram ao pior nível em 16 anos.

São várias e complexas —por vezes tortuosas— as razões para a redução nas taxas. Mas a falta de informação não deveria ser uma delas.

Por esse motivo, lamenta-se o fato de uma emissora de TV se recusar a veicular peças da campanha de vacinação do governo federal, como revelou o repórter Fábio Fabrini. A Globo é líder disparada entre as redes abertas. Administra uma concessão pública, em que o Estado dá o direito de exploração de canais, por prazos renováveis infinitamente.

Por motivos aparentemente mercadológicos, a emissora não levou ao ar a propaganda de vacinação contra polio e sarampo em agosto.

Emails de executivos demonstram que houve veto aos filmes porque a Galinha Pintadinha e outros famosos estrelam a peça. “(...) é um desenho animado disponível em plataformas de streaming. Sendo assim, não pode ter veiculação na Globo.”

Oficialmente, a campeã de audiência alega falta de autorização expressa da Justiça Eleitoral para divulgação, dadas as restrições da legislação sobre publicidade estatal em período de eleições. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), entretanto, já havia consentido.

A TV diz estar engajada na batalha pela imunização e argumenta ter divulgado campanhas regionais, como a do estado de São Paulo, pois tinham o aval categórico do tribunal eleitoral. Neste caso paulista, um detalhe: a animação não mostrava a galinha da discórdia. Os personagens eram desconhecidos.

Sem a propaganda na tela global, a campanha encerrada nesta sexta (14) corre o risco de mal tangenciar a meta de 95% de vacinados.

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