Julianna Sofia

Jornalista, secretária de Redação da Sucursal de Brasília.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Julianna Sofia

Nova CPMF reloaded

Obsessão de Guedes por desoneração da folha ressuscita imposto sobre transações

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O governo Jair Bolsonaro testa uma nova estratégia para fazer avançar a reforma tributária e abriu mão de enviar uma proposta de emenda constitucional ao Congresso. O ministro Paulo Guedes (Economia) afirma que não quer tumultuar o ambiente encaminhando um texto, pois já tramitam no Legislativo duas outras PECs. O Executivo vai se limitar a remeter contribuições sobre o assunto.

O ministro, porém, tem aptidão para o tumulto. Foi na mesma fala apaziguadora que Guedes enxertou uma nova CPMF reloaded. Depois de defenestrar o secretário Marcos Cintra (Receita Federal) por causa da tentativa mal ajambrada de criar uma variante turbinada do extinto imposto sobre movimentações financeiras, o Posto Ipiranga agora tenta emplacar a versão da versão. Doura a pílula restringindo a cobrança às transações em meios digitais.

Paulo Guedes fala à imprensa no Ministério da Economia - Lucio Tavora/Xinhua

O Banco Central tem atuado para expandir os pagamentos instantâneos (aplicativos de celular e internet banking), o que ampliaria ainda mais a base de tributação da nova CPMF reloaded.

São os presidentes da Câmara (Rodrigo Maia) e do Senado (Davi Alcolumbre) a refrear o ímpeto. "Imposto sobre movimentação financeira, com o nome que se queira dar, é não. Pode dar o nome que quiser, apelido", diz Maia. A reação transfigurou Bolsonaro, de hesitante ("Todas as cartas estão na mesa") a resoluto ("Não se toca mais nesse assunto").

Por trás do intento de Guedes, está a obsessão do ministro da Economia em desonerar a folha de pagamento das empresas. A criação do tributo compensaria a perda arrecadatória, ao passo que o alívio na folha geraria milhares de empregos. A tese é duvidosa, sendo contestada na própria equipe econômica.

O programa Emprego Verde e Amarelo, lançado para combater a desocupação entre jovens, bebe na mesma fonte obsessiva. Nele, buscou-se na taxação de desempregados (!) receita para bancar a renúncia previdenciária das empresas. Outra vez, o Congresso lá está, a dizer não.

LINK PRESENTE: Gostou desta coluna? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.