Julianna Sofia

Jornalista, secretária de Redação da Sucursal de Brasília.

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Quem sobe e quem desce na crise da pandemia

Perda de dois ministros exprime deterioração acelerada da gestão bolsonarista

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Causa aturdimento a perda de dois populares ministros do governo Bolsonaro num lapso inferior a dez dias. A exoneração de Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e a saída de Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), subprodutos do capricho e da inépcia presidenciais, exprimem a deterioração acelerada da gestão bolsonarista em meio à pandemia. São frenéticos os movimentos da gangorra do poder.

Caiu o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, depois de nove meses de fritura e 48 horas após o STF autorizar inquérito para apurar quem está por trás do protesto pró-ditadura militar do qual participou o presidente. À queda se seguiu o pronunciamento apocalíptico do agora ex-ministro e ex-juiz. Moro acusou o presidente de tentativa de interferência na PF e de fraude no ato de demissão de Valeixo.

Também em baixa, o ungido Paulo Guedes (Economia). O Posto Ipiranga pena para deglutir sete slides de intervencionismo estatal em estado bruto, chamado Pró-Brasil. Enquanto Guedes repisa o script das reformas estruturais e privatizações para o pós-crise, a ala militar do governo recicla o PAC, programa petista para gerar crescimento.

Até ontem poderoso "primeiro-ministro", Rodrigo Maia é outro a tocar o chão. Visto como o homem a apertar o botão do impeachment, ele vem sendo isolado pelo Planalto, que oferece cargos aos partidos do fisiológico centrão em troca de votos.

No jogo da alternância, sobem: 1) Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), o ex-auxiliar de Guedes virou a casaca e tornou-se defensor do Pró-Brasil; 2) Braga Netto (Casa Civil), com amplos poderes, articula a criação de uma base de apoio parlamentar, tutela a Saúde no combate à crise e é o principal curador do novo PAC; 3) Líderes do centrão —prestes a ganhar cargos, já farejam dinheiro para obras rumo a 2022; 4) Jorge Oliveira (Secretaria Geral) é cotado para o lugar de Moro na Justiça e também para a vaga que poderia ter sido do ex-juiz no STF —não fosse o balanço da gangorra.

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