Julio Wiziack

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Julio Wiziack

O alto preço da reeleição

Máquina pública busca viabilizar benesses para segmentos com potencial de voto

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Enquanto gasta mais para garantir votos em segmentos refratários do eleitorado à sua reeleição, Jair Bolsonaro deixa de lado a promessa de retomada da economia, que sucumbe diante da inflação e dos juros altos.

Em Brasília, federações setoriais preparam propostas de reativação do PIB não para este, mas para o próximo governo. Isso ocorre na indústria, na construção civil, nos transportes e nos serviços. Por ora, já não há expectativa de mudanças.

Paulo Guedes perdeu o poder de tocar as reformas e se tornou um chancelador das manobras populistas.
A máquina pública se mexe para viabilizar benesses de curto prazo para segmentos com potencial de voto, enquanto um terço dos desempregados continua à procura de trabalho há mais de dois anos.
Bolsonaro promove um derrame de gastos em novas obras sem planejamento, indicadas via emendas parlamentares, especialmente no Nordeste, reduto petista, ao passo que milhares de outras estão paradas.

Na pandemia, resistiu, mas acabou postergando tributos e reajustes para ajudar empresas e consumidores. Agora, passado o momento mais agudo da crise, mantém a máquina pública em modo perdulário, com medidas que já passam de R$ 600 bilhões.

Mesmo descontando as despesas que eram necessárias na emergência sanitária, nem Dilma ousou tanto em seu favor em 2014. A ex-presidente fez artimanhas menos onerosas pela reeleição e, mesmo assim, assumiu um rombo que deteriorou as contas públicas, levando-a às pedaladas e, depois, a um impeachment.

Com Bolsonaro reeleito ou não, seu passivo será maior e deixará sequelas mais graves para a reativação econômica.

No mundo real, o PIB segue andando de lado. Em 2021, cresceu 4,6%, mas apenas retomando o patamar pré-corona. Agora, segundo as projeções, deve ficar em 0,3%.

O governo se esforça para mantê-lo assim. Sob Bolsonaro, o BC sinaliza com juros ainda mais altos para conter a inflação e, com isso, inibe o mercado de consumo e a produção.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.