Há 50 anos surgia uma solução mágica que passou a reduzir significativamente as repetitivas e graves crises de desidratação na população infantil mundial, inclusive no Brasil.

Das 4,5 milhões de mortes anuais de crianças abaixo dos cinco anos, passamos para menos de 500 mil anualmente, apesar de nesse período ter havido um aumento de 70% na população mundial, segundo afirmou a Unicef em julho de 2018.

Em 1968, o ano que não terminou, a prestigiosa revista médica inglesa The Lancet publicou, em 17 de agosto, o artigo "Tratamento oral de manutenção para cólera em adultos", de autoria dos médicos David Nalim, Richard Cash, Rafigul Islam, M. Molla e Robert Phillips.

A cólera, doença transmitida por água ou alimentos contaminados, pode levar rapidamente à morte por desidratação provocada pela intensa diarreia.

Os autores observaram que os pacientes que receberam soro reidratante pela veia e a solução oral que propuseram necessitaram de 80% menos de soro para recuperação e cura.

Essa redução na necessidade de fluidos endovenosos, por sua vez, tornou o tratamento para cólera mais amplamente disponível no mundo.

A solução oral de glicose, cloreto de sódio, bicarbonato de sódio e cloreto de potássio proposta em 1968 transformou-se, atualmente, no soro caseiro recomendado pelas autoridades sanitárias para crianças ou idosos desidratados.

Basta misturar, em um litro de água (mineral, filtrada ou fervida), uma colher (café) de sal e uma colher (sopa) de açúcar. Mexa bem e ofereça pequenas colheradas durante todo o dia.