Julio Abramczyk

Médico, vencedor dos prêmios Esso (Informação Científica) e J. Reis de Divulgação Científica (CNPq).

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Julio Abramczyk
Descrição de chapéu Coronavírus

O vírus que os idosos desconhecem

Fragilidade cognitiva faz idosos não darem devido peso ao risco do coronavírus

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Alguns poucos idosos ainda não tomaram conhecimento do possível risco de vida que a disseminação do novo coronavírus cria para essa faixa da população.

Eles continuam nas atividades que a idade permite e também premia. E atualmente outros poucos consideram que o momento não é de causar preocupações, ao contrário do que afirmam autoridades sanitárias nacionais e internacionais.

Esta situação é denominada por geriatras de fragilidade cognitiva (dificuldade de aquisição de conhecimentos).

Idosa carrega sacolas em Berlim, na Alemanha, em meio a medidas de restrição no país por conta do coronavírus
Idosa carrega sacolas em Berlim, na Alemanha, em meio a medidas de restrição no país por conta do coronavírus - Michele Tantussi - 17.mar.20/Reuters

Francesco Panza, da Itália, afirma no Journal of Alzheimer’s Disease que esta é uma fase crítica do processo de envelhecimento, relacionada também a eventos negativos para a saúde.

A fragilidade física tem como característica clínica a perda de energia, fadiga, distúrbio do sono e interesse reduzido em relação ao seu meio ambiente.

As pessoas idosas fisicamente frágeis correm maior risco de desenvolver resultados adversos se também sofrem de fragilidade cognitiva, social ou psicológica.

As doenças crônicas, explica, aceleram o envelhecimento e aumentam a dependência e a vulnerabilidade do idoso.

A forma para gerenciar esse distúrbio comum no idoso pode ser realizado por seus cuidadores, como o controle da hipertensão e do diabetes, mas com cuidados especiais para evitar hipotensão e hipoglicemia grave.

Igualmente, incentivar conversações com os idosos é muito importante, principalmente sobre o momento atual, com base nas informações dos jornais e TVs sobre a grave disseminação do novo coronavirus.

Como existem situações em que o comprometimento da cognição não é grave, alguns autores apresentam em revistas médicas informações para o diagnóstico e tratamento do comprometimento cognitivo leve.

Como referem Kenneth M. Langa e Deborah A. Levine na revista Jama, a prevalência desse comprometimento em adultos com 65 anos ou mais é de 10% a 20%.

Esse risco aumenta com a idade e os homens parecem estar em maior risco do que as mulheres. Em pacientes idosos, a depressão e fatores de risco para o coração aumentam o risco.

Como até o momento não há medicamento eficaz para a cognição, os tratamentos têm como objetivo reduzir os fatores de risco cardiovascular e efetuar a prevenção do acidente vascular cerebral.

Em relação a comportamentos que possa beneficiar os idosos, os autores lembram a unanimidade sobre a importância da abstenção de álcool ou de drogas (exceto medicamentos) e parar de fumar no tratamento do problema.

Sugerem envolvimento em atividade mental, como leituras ou estudos, e envolvimento em exercícios físicos adequados para a idade. Também lembram a importância das interações sociais entre idosos, que devem ser incentivadas.

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