Julio Abramczyk

Médico, vencedor dos prêmios Esso (Informação Científica) e J. Reis de Divulgação Científica (CNPq).

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Pessoa com tuberculose espalha doença respirando normalmente

Disseminação, semelhante com o que ocorre na Covid, foi demonstrada em conferência

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Um professor de medicina aposentado da Universidade da Cidade do Cabo, África do Sul, o médico Robin Wood, desenvolveu um aparelho que coleta aerossóis infectados e identifica as bactérias quando presentes nessas gotículas dispersas no ambiente.

Na 52ª Conferência Mundial de Saúde Pulmonar organizada pela The Union – União Internacional Contra a Tuberculose e Doenças Pulmonares, instalada online desde o dia 18 e que termina nesta quinta-feira (21), Ryan Dinkele, um estudante de graduação da Universidade da Cidade do Cabo, demonstrou, com o aparelho do professor Wood, que o aerossol expelido pela respiração de um doente de tuberculose dissemina o agente infeccioso da doença, a bactéria Mycobacterium tuberculosis no ambiente.

Anteriormente, a disseminação do agente infecciosos era considerada quando somente o paciente tossia de forma consistente.

Segundo o autor, essa descoberta sugere que espaços fechados com pouca ventilação, como as prisões, transformam-se em focos de tuberculose. E que os ambientes ao ar livre ou com ar renovado constantemente minimizam a transmissão da doença.

Essa é também a forma pela qual o novo coronavírus que provoca a Covid-19 se dissemina e atingiu a população mundial. E um importante motivo para as pessoas, em plena pandemia, usarem a máscara facial para impedir a contaminação de um inocente vizinho do banco de ônibus.

Vista de baixo para cima, só com a cabeça visível, pessoa com cabelo colorido, óculos escuros e máscara olha para frente
Máscaras são importantes para prevenção da Covid pelo modo como a doença se dissemina - Andrew Kelly/Reuters

O relatório 2021 Global da OMS (Organização Mundial da Saúde), apresentado recentemente, revela que a pandemia de Covid reverteu anos de combate à tuberculose.

Em 2020, mais pessoas morreram de tuberculose, com menos diagnósticos ou tratamentos sendo realizados, em comparação com 2019.

No ano passado, cerca de 1,5 milhão de pessoas foram a óbito por tuberculose, incluindo 214 mil entre indivíduos HIV positivos.

O aumento no número de mortes pela tuberculose ocorreu principalmente em 30 países com maior presença da doença em seu meio ambiente.

Entre eles, está o Brasil, ao lado de nações africanas como Angola, Congo, Libéria e Moçambique.

Os médicos especializados em doenças pulmonares destacam que a tuberculose é evitável e curável, podendo ser tratada com sucesso com medicamentos por 6 meses.

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