Leandro Colon

Diretor da Sucursal de Brasília, foi correspondente em Londres. Vencedor de dois prêmios Esso.

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Leandro Colon

A força de Moro

Ex-juiz pode não ser um superministro de fato, mas parte das ruas o trata assim

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Será que Sergio Moro se arrependeu de ter abandonado a magistratura para ser ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro?

Publicamente, ele não vai admitir que tenha errado ao largar a Lava Jato para sentar em uma cadeira na Esplanada. Mas parece não haver dúvidas de que, oito meses depois, o Moro de Curitiba era muito mais forte do que o Moro de Brasília.

O superjuiz que botou figurões da política na cadeia sonhava em ser um superministro de Bolsonaro. Até agora, só acumulou reveses no ministério e passou a ter a lealdade e a capacidade de gestão questionadas pela equipe que comanda. 

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O ministro da Justiça, Sergio Moro, durante o lançamento do relatório anual do Observatório das Migrações Internacionais - Mateus Bonomi/Agif/Folhapress

Integrantes da Polícia Federal não vão se esquecer tão cedo da omissão pública do ministro no episódio em que Bolsonaro tripudiou da permanência de Mauricio Valeixo na diretoria-geral da PF. Moro silenciou.
Faz água o pacote anticrime, bandeira principal de sua gestão, em discussão na Câmara. O escolhido do ex-juiz para dirigir o Coaf foi jogado para fora de campo do governo. 

O ministro ainda teve de recuar da indicação de uma suplente de conselho ligado à pasta e não conseguiu emplacar um nome preferido para vaga no Cade. Moro não levou uma. 

Agora, a aposta nos bastidores é a de que ele pode reverter o jogo político se convencer o presidente Bolsonaro a vetar, da maneira que o ministro deseja, o projeto de abuso de autoridade aprovado no Congresso.

Flagrado em mensagens privadas atropelando a liturgia e as prerrogativas da cadeira de juiz, Moro alega que o texto votado pelos parlamentares pode causar um "temor excessivo" em órgãos de investigação, como polícia e Ministério Público. 

Moro continua sendo uma figura muito popular. Tem sido recebido com homenagens e euforia em regiões onde o bolsonarismo deu uma surra no petismo nas eleições. Pode até não ser um superministro de fato, mas parte das ruas o trata assim.

Por isso, Bolsonaro emite sinais trocados: não precisa se livrar dele, mas tenta reduzir a força e a influência do ministro no seu governo.

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