Leandro Colon

Diretor da Sucursal de Brasília, foi correspondente em Londres. Vencedor de dois prêmios Esso.

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Bolsonaro diz que está com o povo, mas o povo rechaça sua postura na pandemia

O Datafolha deveria assustar quem tanto explora a retórica de que está com a população

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Não são apenas os panelaços nas janelas de prédios que refletem a insatisfação da população com o menosprezo de Jair Bolsonaro à escalada do coronavírus pelo país.

Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (23) é um recado bem dado e importante das ruas à figura do presidente da República.

Projeção em prédio de Santa Cecília, no centro de São Paulo, durante panelaço contra Bolsonaro
Projeção em prédio de Santa Cecília, no centro de São Paulo, durante panelaço contra Bolsonaro - Arquivo pessoal

Os números deveriam assustar quem tanto explora a retórica de que está com o "povo". Além de peças políticas, como o Congresso e os estados, boa parte da população que ele tenta usar de escudo também reprova sua atuação na crise do vírus.

Os trancafiados em casa para não pegar a doença têm apreço ao Ministério da Saúde, sob Luiz Henrique Mandetta, e ao comportamento dos governadores. Ao mesmo tempo, rechaçam a postura de quem deveria ser o 01 no combate à pandemia.

Enquanto o brasileiro se isola em casa, Bolsonaro faz o mesmo no Alvorada, não para evitar o vírus que chama de gripezinha, e sim porque os demais personagens não enxergam nele alguém com capacidades política e psicológica para liderar.

O Datafolha mostra que 55% dos brasileiros consideram ótimo ou bom o desempenho da pasta da Saúde, percentual similar (54%) ao dos que aprovam a reação dos seus governadores. Questionados sobre Bolsonaro, só 35% responderam positivamente sobre sua conduta na crise.

Para piorar o cenário, 68% reprovam o gesto irresponsável do presidente de se juntar a uma aglomeração na rampa do Palácio do Planalto, durante a manifestação do último dia 15, e cumprimentar as pessoas.

Bolsonaro tem sido um desastre, e sua imagem se deteriora. Ele fez um aceno no fim de semana, destacando a preocupação com o coronavírus —não sem antes deslizar com um vídeo tosco, gravado pelos filhos amalucados, anunciando a produção de um remédio que ainda não tem eficácia comprovada contra o vírus.

Prevê-se que a pandemia esteja controlada em poucos meses no país. Já a permanência de Bolsonaro na cadeira de presidente até 2022 torna-se cada vez dia mais improvável.

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