A ciclovia da Faria Lima teve recorde de usuários nos dias da falta de abastecimento de combustíveis, causada pela paralisação de caminhoneiros. Na terça-feira, quando muitas pessoas notaram pela primeira vez congestionamentos de bicicletas, a via teve quase o dobro do movimento do período anterior à crise.
Cerca de 7.600 ciclistas passaram pelo contador que a prefeitura mantém na ilha central da avenida Faria Lima, na altura da esquina com rua Pinheiros. Na última terça-feira de maio (dia 30) em 2017, foram 2,4 mil usuários. O crescimento é de três vezes. Na terça-feira anterior, quando a greve já tinha começado, mas ainda não afetava o abastecimento de combustíveis, 4,8 mil ciclistas passaram pelo totem. O crescimento foi de 60% em uma semana.
Todas as bicicletas que passam pelo contador, nos dois sentidos, são registradas. O equipamento é da empresa Eco Counter, que faz monitoramento de ciclovias em vários países. O número computado não representa a totalidade de bikes na ciclovia da Faria Lima, uma vez que muitos usuários pedalam por ela em outros trechos. O dado serve como amostragem, para estudos comparativos.
Crescimento semelhante foi sentido em toda a cidade de São Paulo. O sistema de compartilhamento de bicicletas, patrocinado pelo Itaú, teve recorde de usuários em todos os bairros, como aconteceu também nas outras capitais do país onde funciona. O banco anunciou ontem (30) que manterá por mais dias a promoção de aluguel por R$ 0,10/hora, criado durante a crise.
Para o consultor de mobilidade e cicloativista Daniel Guth, o crescimento mostra que “a migração do transporte motorizado para a bicicleta não só é urgente e possível, como revela também que basta um pequeno incentivo e as bicicletas despontam como solução para diversos usos e atividades na cidade”.
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