Lúcia Guimarães

É jornalista e vive em Nova York desde 1985. Foi correspondente da TV Globo, da TV Cultura e do canal GNT, além de colunista dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo.

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Lúcia Guimarães
Descrição de chapéu Eleições EUA 2020

Kamala Harris e Stacey Abrams são as principais opções de Biden para vice

Mulheres e negras, a senadora pela Califórnia e a política da Geórgia pertencem a ala mais pragmática do Partido Democrata

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Quando Joe Biden se comprometeu a indicar uma mulher como vice-presidente, no debate com Bernie Sanders, no dia 15, dois nomes imediatamente acenderam as redes sociais nos Estados Unidos.

O da senadora e ex-pré-candidata Kamala Harris, da Califórnia, e o de Stacey Abrams, da Geórgia.

Abrams, 46, é uma estrela democrata em ascensão nacional e, em 2018, chegou perto de se tornar a primeira mulher negra a governar um estado americano, numa eleição apertadíssima e marcada por denúncias de fraude e supressão de voto por parte do republicano declarado vencedor na Geórgia, o trumpista Brian Kemp.

Biden fez inclusive campanha por Abrams na Geórgia.

A senadora Kamala Harris abraça o ex-vice-presidente Joe Biden durante evento de campanha em Detroit
A senadora Kamala Harris abraça o ex-vice-presidente Joe Biden durante evento de campanha em Detroit - Scott Olson - 9.mar.20/Getty Images/AFP

Kamala Harris, 55, deveu seu melhor momento nas pesquisas a um ataque frontal a Joe Biden durante o primeiro debate democrata, em junho de 2019. Foi uma armadilha planejada durante meses pela campanha da senadora.

Biden era e continua a ser o mais popular pré-candidato entre negros e gosta de exagerar sua atuação na luta pelos direitos civis, na década de 1960.

Harris o acusou de ser contra o transporte mandatório de crianças negras para escolas em outros bairros para forçar o fim da segregação racial na educação.

“Havia uma menina na Califórnia que era parte da segunda turma a ser integrada nas escolas públicas,” disse a senadora. “Aquela menina era eu.”

Kamala Harris endossou a candidatura de Joe Biden dias depois da ampla vitória do ex-vice-presidente nas primárias da Super Terça, no dia 3 de março.

A seu favor, Harris e Abrams têm mais do que a vantagem óbvia de serem mulheres e negras, reunindo duas demografias sem as quais os democratas não têm chance de recapturar a presidência.

Harris é energética em campanha e traria uma injeção de ânimo num ano em que, não importa o resultado, os americanos vão instalar o mais velho presidente da história do país na Casa Branca.

Mas a exuberância de Harris pode resvalar para a falta de disciplina. No dia 8 de março, ela estava no palco de um evento de uma faculdade do Alabama.

A anfitriã perguntou se ela seria a primeira mulher vice-presidente do país. Harris, animada, disparou: “O velho tem que ser eleito primeiro. É preciso ser prática.” E ela não usou “old”, velho em inglês. Usou “ole boy”, um epíteto nada lisonjeiro que designa homens brancos no racialmente tenso sul americano.

Tanto Kamala Harris quanto Stacey Abrams são políticas consideradas pragmáticas e não ideológicas.

Mas Abrams supera Harris em intelecto e visão e teria o potencial de disciplinar a comunicação difusa de Joe Biden.

Ela se diz introvertida, mas mobilizou na Geórgia a mais diversa coalizão de eleitores quando se candidatou a governadora. Abrams fundou e lidera o Fair Fight, um movimento nacional para combater a supressão do voto de minorias, especialmente nos estados do sul.

Além de publicar artigos e papers sobre assuntos como política fiscal, Abrams é premiada autora best-seller de romances açucarados para o público feminino, sob o pseudônimo Selena Montgomery.

Há outras políticas americanas que poderiam ter até mais afinidade com Joe Biden, como a senadora e ex-pré-candidata Amy Klobuchar, de Minnesota.

Seja qual for a escolha, se Biden vencer em novembro, sua vice estará bem posicionada para se tornar a primeira mulher a ocupar a Casa Branca, em janeiro de 2025.

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