Luciana Coelho

Secretária-assistente de Redação, foi editora do Núcleo de Cidades, correspondente em Nova York, Genebra e Washington e editora de Mundo.

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Luciana Coelho

Na ficção, presidentes são honestos, hiperpoderosos, atrapalhados e cruéis

Às vésperas da eleição no Brasil, há bons exemplos na ficção para inspirar (ou não) o voto

No trailer da derradeira temporada de “House of Cards”, é #EleNão e #ElaSim: a Netflix tratou de defenestrar o presidente Frank Underwood de Kevin Spacey, acusado de agressão sexual por vários jovens à luz do movimento #MeToo, e empossar a vice, Claire (Robin Wright).

Às vésperas da eleição presidencial no Brasil, há bons exemplos na ficção para inspirar (ou não) o voto.

Claire Underwood
Da nova presidente dos EUA fictícios de “House of Cards” (2013-), uma versão moderna de Lady Macbeth, pode-se esperar as piores coisas —e, com sorte, mais verossímeis do que a série de crimes de Frank que descarrilaram as temporadas mais recentes da série. 

Sabemos, pelos 60 segundos de prévia, que ela promete fazer tudo diferente, mas não necessariamente de forma melhor ou mais benevolente.

 

Frank Underwood
O pérfido e arrivista Frank governou os EUA por quatro temporadas de “House of Cards”. Chantageou adversários, seduziu guarda-costas, mandou matar adversários e ex-aliados. O símbolo da decepção com Frank é o personagem Freddy (Reg E. Cathey), testemunha da corrupção que o poder provoca. 

Selina Meyer
A vice supreendida pela presidência de “Veep” (HBO, 2012-) encontra ecos na realidade. Felizmente, no caso de Selina (a maravilhosa Julia Louis-Dreyfus), a incompetência da presidente e de sua equipe só leva a risos, jamais a lágrimas. 

Apesar do agudo instinto de autopreservação, pode-se dizer que Selina tem o coração no lugar certo —já as políticas, nem tanto. Retorna neste ano após um hiato para a protagonista se tratar de um câncer.

David Palmer
Um dos mais saudosos políticos fictícios, o presidente Palmer foi o vértice da ação de “24 Horas” (Fox, 2001-10) nas primeiras temporadas.

A sóbria atuação de Dennis Haysbert serviu de contraponto à política real quando os americanos se desanimaram com George W. Bush. Acabou, porém, trazendo a família para dentro da política. Foi morto após deixar o cargo.

Jed Bartlet
Talvez o mais respeitável dos presidentes fictícios, o Jed Bartlet de “West Wing” (NBC/HBO, 1999-2006), vivido de forma memorável por Martin Sheen, pode dizer que conquistou seu lugar: o criador Aaron Sorkin não pensara nele como personagem fixo, mas ver Sheen no papel convenceu-o de tal forma que Bartlet ficou por sete temporadas. Firme e leal a princípios, soa bom demais para ser crível.

Tom Kirkman
Único político independente deste rol (os demais são todos democratas), o herói de “Designated Survivor” (ABC/Netflix, 2016-) era secretário de Habitação quando todo o gabinete morreu. Na pele de Kiefer Sutherland, porém, nem o tom hesitante disfarça estarmos diante da reencarnação do vingativo Jack Bauer.

A sexta temporada de “House of Cards” estreia em 2 de novembro na Netflix

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