Luciana Coelho

Secretária-assistente de Redação, foi editora do Núcleo de Cidades, correspondente em Nova York, Genebra e Washington e editora de Mundo.

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Cinco obras-primas resumem 2019 na TV

A seguir, em ordem aleatória, as preferidas do ano desta coluna, todas disponíveis em streaming

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O penúltimo ano da década trouxe solavancos no país e no mundo, e a produção televisiva captou essa turbulência com comédias individualistas, dramas soturnos e produções inspiradas em episódios reais e assustadores. 

Fora o alento de uma e outra produção brilhante a nos abduzir ou nos fazer ruminar o presente, no entanto, 2019 foi pouco memorável na ficção. 

Até a despedida de um cânone desta década, “Game of Thrones”, se deu de forma melancólica (esta colunista apreciou a temporada final, mas é minoria entre críticos e fãs).

A seguir, em ordem aleatória, as preferidas do ano desta coluna, todas disponíveis em streaming e dignas de maratona de feriado. Que 2020 venha mais leve para todos. Até lá.
 

“Chernobyl” (HBO)
Tem quem duvide, mas o mundo já foi pior. Esta obra-prima de Craig Mazin em seis capítulos que reconta o acidente nuclear de 1986 na Ucrânia sob jugo soviético nos lembra disso, com interpretações primorosas de Jared Harris (o herói quase anônimo Valery Legasov) e Stellan Skarsgård (o burocrata em lenta epifania Boris Shcherbina). 

E nos recorda, também, uma lição pouco assimilada e muito presente: mentiras e omissões governamentais amplificam qualquer desastre.

“Fleabag” (Amazon)
A segunda  temporada da comédia autorreferente inventada e interpretada por Phoebe Waller-Bridge para tratar das dores da modernidade surpreende e supera a primeira.

Os problemas da protagonista sem freio social são tão rasos quanto humanos e, por isso, em todo seu humor autodepreciativo e sua mesquinharia, capazes de fisgar a empatia do espectador. Uma ode ao paradoxo destes tempos de individualismo e carência.

“Pico da Neblina” (HBO)
Possivelmente a melhor coisa que a TV brasileira produziu neste ano, seguida de perto pela ótima “Segunda Chamada” (Globo/Globoplay). 

Com texto afiado e diálogos hiper-realistas raros por aqui, obra de Chico Mattoso e equipe, os caminhos divergentes dos amigos-traficantes Biriba e Salim (Luís Navarro e Henrique Santana) após a liberação da venda de maconha nos guiam por um Brasil hipócrita, mesquinho, mas também cheio de ideias, vontade de dar certo e, por que não, ternura.

“Olhos que Condenam” (Netflix)
É uma porrada este drama em quatro partes da diretora e roteirista Ava DuVernay, que se debruça sobre a história de cinco garotos negros condenados e presos erroneamente pelo estupro, em 1989, de uma moça branca nem Nova York. 

Mesmo sabendo que os cinco foram redimidos (e indenizados pela Justiça, mas jamais perdoados pelo presidente Donald Trump), a força desta produção nos obriga a pensar em quão enviesada e falha pode ser a Justiça.

“Years and Years” (HBO)
Foi mesmo o ano das minisséries. Esta assume um tom distópico ao nos conduzir por duas décadas de turbulências econômicas e sociais na vida de uma família da região industrial britânica, ecoando partes do noticiário atual e nossos piores medos.

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