Mara Gama

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Coleta revela que 90% do lixo jogado no mar é plástico e bituca

Operação, feita em Santos, aponta que plásticos e isopor somam 52,4%; bitucas são 40,4%

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De outubro de 2018 e março de 2019, foi feita uma operação de coleta especial de resíduos em vários pontos da cidade de Santos (SP). Além da limpeza, ela se destinava a produzir um diagnóstico sobre as fontes da poluição despejada no mar.

A operação esquadrinhou faixas de areia em sete praias —José Menino, Pompeia, Gonzaga, Boqueirão, Embaré, Aparecida e Ponta da Praia— e áreas de ocupação irregular do manguezal. As maiores quantidades de resíduos encontrados são de plásticos (52,4%) e bitucas de cigarro (40,4%). 

A cidade do litoral paulista foi a primeira da América Latina a fazer uma parceria com a Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA, na sigla em inglês) para criar um programa de combate ao lixo marinho, assinado em 2018. O objetivo é verificar quais as fontes terrestres do lixo que vai dar no mar e, partindo dessas informações, construir um plano estratégico para frear o vazamento inadequado.

Entre os plásticos encontrados, estão plástico filme, pequenos tubos –como isqueiros, seringas, pinos para cocaína, canudos, hastes, como as de cotonetes, e isopor. Depois das bitucas, estão na lista borrachas, metais, madeiras e embalagens não plásticas, somando 7,1%. As coletas foram feitas por voluntários do Instituto EcoFaxina.

Os dados foram analisados e os resultados da pesquisa foram apresentados nesta quinta (4), na Conferência Internacional de Prevenção e Combate ao Lixo no Mar: do diagnóstico ao passo a passo para ações efetivas, em São Luís, Maranhão. A conferência é promovida pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), com a Agência de Proteção Ambiental da Suécia (Sepa).

A próxima cidade a ser analisada e passar pelo processo será a capital maranhense. Segundo Carlos Silva Filho, diretor presidente da Abrelpe e Vice Presidente da ISWA, nesta sexta (5), está sendo lançado um edital de chamamento para que mais quatro municípios, um de cada região no Brasil que tem faixa litorânea (Norte, Nordeste, Sul e Sudeste), se candidatem ao mesmo programa. O pacote inclui a pesquisa de campo, análise de dados e um posterior plano estratégico de combate.

INDICADORES

Segundo a Abrelpe, os dados internacionais disponíveis não diferem substancialmente do que foi observado nesta amostragem em Santos. Os materiais plásticos também são os mais recolhidos em ambientes marinhos (45,5%), seguidos das bitucas e filtros de cigarro (28%).De acordo com indicadores internacionais, cerca de 80% do lixo marinho tem origem nas cidades. No Brasil, mais de 2 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos vão parar nos rios e mares todos os anos.

A associação calcula que se resíduos plásticos que chegam aos oceanos pela costa brasileira fossem encaminhados para processos de reciclagem, haveria uma economia de, no mínimo, 3,6 milhões de litros de gasolina, além da poupança de recursos naturais.

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