Mara Gama

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Guerrilha aquática cria lago limpo na beira do Tamanduateí

Ativistas do Secura Humana têm participação na mostra Jardinalidades, do Sesc Dom Pedro

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Através de uma bomba foram coletados 2 mil litros da água poluída do rio Tamanduateí. Com blocos de concreto, foi criado um lago artificial. Vieram filtros de pedra, areia e carvão ativado para construir uma estação de tratamento de água. Plantas e peixes completaram o circuito.

Assim foi feita a instalação do Secura Humana, que faz parte da mostra Jardinalidades, até 8 de dezembro no Sesc Dom Pedro.

Um painel explica o sistema para quem passa no local. Os monitores do Sesc conduzem as visitas, explicando cada passo da filtragem da água e da sua revitalização.

“Montamos um sistema circular. A tendência é ela ficar cada vez mais límpida” diz Flavio Barollo.
“Resolvemos parar de esperar que os rios sejam limpos pelo poder público. Com o rio paralelo mostramos como é possível fazer a limpeza e gerar vida novamente na água do rio”, conta.

Além das plantas, foram trazidos para o tanque peixes de rio típicos de São Paulo, como o cascudo, o cará e o espadinha. “Coletamos nos lagos que a gente já fez anteriormente na cidade”, conta.

O Secura Humana nasceu em 2015, unindo, inicialmente pela música – eles tiveram a banda Tribororo, o artista, cineasta e engenheiro Flavio ao geógrafo e professor Wellington Tibério.

Nesses anos de ativismo, já fizeram vários parques aquáticos móveis, em áreas de rebaixamento de lençol freático,  dois lagos de concreto na Vila Anglo, sobre rios canalizados, e alguns lagos escavados em áreas de nascente na praça da Nascente, por exemplo.

 “Nos nossos trabalhos anteriores, usamos água que estava em condições de balneabilidade. O Tamanduateí é a primeira vez que estamos lidando com água poluída”, conta Flavio.

“Nossa atuação é de guerrilha aquática, de ativismo.  Queremos cutucar as pessoas, fazer com que pensem, tenham contato com a água que está distante, nas pontes. As pessoas estão acostumadas a pagar por um serviço que não existe. Pagamos para a concessionária de água um tratamento de esgoto que não é feito. É tudo jogado no rio e convivemos com isso”, afirma.

“A estação de tratamento é um veículo para gerar vida no lago do rio.  A pessoa que se depara com a obra questiona a poluição, vê que toda aquela água poderia estar limpa . Acho que tem uma potência. A gente tem de reinventar o modo de viver na cidade”, diz.

A mostra Jardinalidades é dedicada a investigações artísticas e pesquisas sobre a paisagem natural e a urbana, ecologia, política e educação no Sesc Parque Dom Pedro II e em seu entorno.

Entre os artistas e coletivos participantes estão também o Coletivo Bijari , o Grupo Fora e  Thislandyourland, entre outros.

AMBIENTAL NO MUBE


E no dia 26 de setembro, às 14h, o MuBE recebe o evento Rios por um Triz —Despoluição dos Rios Pinheiros e Tietê, com a participação de Malu Ribeiro, especialista em Recursos Hídricos da SOS Mata Atlântica.

Malu vai mostrar a evolução dos indicadores da qualidade da água do Rio Tietê no último ano.

Os dados foram obtidos através do monitoramento realizado mensalmente por voluntários da ONG.
Depois da exposição dos indicadores, o secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente de São Paulo, Marcos Penido, e o diretor presidente da Sabesp, Benedito Braga, vão falar sobre as ações do governo estadual para a requalificação do Rio Pinheiros e despoluição do Rio Tietê.

E vai até 3 de novembro a exposição no mesmo MuBE sobre o movimento socioambiental. A mostra traz desenhos, pinturas, fotografias, instalações e obras sobre questões ecológicas. Também está exposta uma linha do tempo com imagens, vídeos e informações da história da Fundação SOS Mata Atlântica.

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