Mara Gama

Jornalista e consultora de qualidade de texto.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Mara Gama

Capital do Morango de SC economiza com redução de orgânicos no lixo

Cidade de Rancho Queimado vence prêmio de meio ambiente com projeto de compostagem

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Um projeto de compostagem caseira organizado pela prefeitura de Rancho Queimado, em Santa Catarina, conseguiu reduzir em mais de 50% o volume de resíduos enviados ao aterro sanitário. A média mensal de 35 toneladas baixou para 15 toneladas em apenas sete meses de operação, de abril até agora.  A capital do Estado é a primeira a ter uma lei da compostagem.

O ganho ecológico é enorme. Diminuem as viagens ao aterro, que fica a aproximadamente 60 km de distância; a deposição de material que resulta na emissão de metano e a pressão por espaço.

O ganho financeiro também é expressivo: economia de 30% a 40% da verba de limpeza da prefeitura. E, além desses dois ganhos, a “capital do morango”, como é conhecida, está usando o fertilizante obtido com a compostagem para turbinar e incentivar o cultivo da fruta e de flores. 

A prefeitura compra o excesso de fertilizante produzido pelas casas com mudas de morango. E usa em parques e jardins da cidade.

O projeto, batizado de 4R –Rancho Reduz, Recicla e Recomeça–, começou a ser implantado em março de 2018, com capacitação de interessados.

Para engajar as pessoas, escolas das redes municipal e estadual e agentes de saúde receberam treinamento sobre separação de lixo doméstico em frações distintas de recicláveis, orgânicos e resíduos,  manejo da composteira e usos dos fertilizantes naturais que resultam do processo.  

Em abril de 2019, foram distribuídas gratuitamente para a população, de 3,5 mil habitantes, 1.000 composteiras de vermicompostagem (compostagem com minhocas). As composteiras são feitas pela Morada da Floresta, de São Paulo.

Um concurso de fotos premia vencedores com lixeiras especiais para reciclagem, com compartimentos para papel, vidro, plástico e metal.

Plaquinhas com o nome do projeto foram distribuídas junto com as composteiras, para serem colocadas nas casas e sinalizar a adesão.

São feitas visitas de acompanhamento e foi instalada uma leira de compostagem no ponto de triagem de resíduos da cidade, que recebe materiais de pontos comerciais e casas que não receberam as composteiras.

O projeto venceu um edital do Ministério do Meio Ambiente em 2017 e obteve cerca de R$ 500 mil para sua implementação. Com a verba, foram produzidos os materiais didáticos, vídeos, material de campanha e conscientização, feitos os treinamentos, compradas as composteiras e uma caminhonete para a distribuição —o município tem uma área rural grande e relevo acidentado.

“Um dos motivos pelos quais o projeto foi selecionado foi justamente a possibilidade de ele continuar, mesmo depois do prazo de implantação inicial de 2 anos”, afirma Kety Kayser, coordenadora geral do projeto e secretária de finanças da administração municipal de Rancho.

Em 2 de outubro, a cidade conquistou o primeiro lugar na categoria meio ambiente do Prêmio Nacional Gestor Público 2019 em Boas Práticas, durante o segundo Congresso dos prefeitos da Apreesp (Associação dos Prefeitos do Estado de São Paulo), em São Paulo.  O projeto R4 disputou com projetos em diversas áreas de 1.683 municípios.

“Nossa ideia era zerar o envio de orgânicos para o aterro, mas vimos que demanda mais tempo”, diz Kety. “O interessante é que o aprendizado da compostagem resultou também numa melhoria de separação de recicláveis”, comenta. 

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.