Mara Gama

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EUA podem retirar crivo ambiental de projetos de infraestrutura

Pode ser a maior mudança já feita por Trump para atender aos lobbies da economia do carbono

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No mesmo dia em que a maior organização de conservação da natureza do Reino Unido, o National Trust, anuncia um plano consistente de plantio de 20 milhões de árvores para combater a crise do clima, do outro lado do Atlântico, o governo Trump dá um passo firme para facilitar a aprovação de grandes projetos de energia e infraestrutura sem avaliação ambiental, o que deve aumentar a geração de gases do efeito estufa.

Segundo o plano de conservação divulgado pela instituição britânica na última quinta (09), até o final da década, as novas árvores e a regeneração natural de florestas cobrirão mais de 18.000 hectares, uma área uma vez e meia o tamanho da cidade de Manchester. Faz parte do objetivo de alcançar zero emissões líquidas até 2030. O programa deve custar entre 90 e 100 milhões de libras.

Em direção oposta, a governo Trump propõe flexibilizar as regulamentações da Lei Nacional de Política Ambiental. Hoje, projetos de infraestrutura como pontes, rodovias, oleodutos ou usinas que tenham impacto significativo no meio ambiente exigem avaliação de impacto ambiental, descrevendo possíveis consequências.

A lei garante que esses impactos ambientais sejam examinados e que o público tenha papel no processo de tomada de decisão.

A alteração proposta pelo governo pode ser a maior mudança já feita internamente nos últimos tempos para atender aos lobbies do petróleo, do gás e da indústria da construção. Ela afetaria os regulamentos que orientam a implementação da lei, sem alterar a letra da lei.

Lá como cá, esse tipo de regulamentação é atacada pelos governos de extrema direita.  Trump declarou que as normas impõem um "pesadelo regulatório" para as empresas. "Queremos construir novas estradas, pontes, túneis, rodovias, maiores, melhores e mais rápidas, e queremos construí-las a um custo menor", afirmou.

As mudanças propostas criariam uma nova categoria em que os projetos poderiam avançar sem avaliação. Os órgãos reguladores não teriam mais de examinar se um oleoduto, mina ou outro projeto de combustível fóssil agravaria a crise do clima ou se uma estrada ou ponte na costa seria ameaçada pelo aumento do nível do mar.

As mudanças também eliminam a necessidade de se considerarem impactos cumulativos dos projetos, principal instrumento para avaliar justamente as consequências de longo prazo.

Grupos ambientalistas disseram que as revisões têm potencial de aumentar gravemente os gases de efeito estufa na atmosfera.

Ainda há chance de veto às alterações, com dois meses de audiências públicas antes da emissão de um regulamento final.

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