Mara Gama

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Caixas usadas de sucos viram bikes, óculos e casas

Do Bem promete reciclar mil toneladas de embalagens ao ano, quantidade equivalente à colocada no mercado, e usar na produção de bens para doação

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Três ONGs cariocas —Redes da Maré, Abraço Campeão e Sim, eu sou do meio— receberam nos últimos dias bicicletas verdes especiais: feitas de embalagens longa vida recicladas.

As bikes, produzidas pela Muzzicycles, a empresa que inventou o modelo, serão usadas em atividades com moradores nas comunidades da Maré, do Morro do Alemão e de Belford Roxo.

A entrega foi o primeiro resultado do projeto Bagaço, da empresa de sucos Do Bem, que promete reciclar a mesma quantidade de embalagens que coloca no mercado (mil toneladas ou 44 milhões de caixinhas por ano), incentivar a produção de novos produtos com o material e fazer parcerias com organizações para destinar esses produtos a iniciativas de cunho social.

O projeto Bagaço começou a ser elaborado na metade de 2019. A empresa fez uma revisão de processos de produção, distribuição e consumo. As primeiras decisões foram retirar do meio ambiente 100% das embalagens após o uso e eliminar canudinhos de plástico dos pacotes de suco pequenos – as caixinhas com canudos de papel devem estar no mercado em setembro.

Parte das embalagens recicladas será usada para fazer caixas de papel para a distribuição dos sucos no varejo e parte para a produção de objetos como bicicletas, óculos, telhas e pisos.

O primeiro lote de 20 bicicletas consumiu cerca de 8 mil embalagens: cada quadro de bicicleta usa o equivalente a 400 caixas. Além das 15 já entregues, também vai receber cinco Muzzicycles a ONG Centro Comunitário Irmãos Kennedy.

“A ideia do Bagaço é incentivar a produção de empresas que transformam resíduos”, diz Tiago Schmidt, gerente de marketing da Do Bem. “Em setembro e outubro, devem ser produzidas mais bicicletas. Em outubro, deve começar a produção de óculos com material reciclado. Até o fim do ano, vamos colocar de pé casas feitas com telhas , pisos e revestimentos do material reciclado”, diz Schmidt.

A produção das casas ficará a cargo das empresas sociais Teto e Ecolar, que atuam na construção de moradias sustentáveis e espaços de emergência em áreas de vulnerabilidade urbana.

Paredes, piso e teto são de chapas de polialumínio reciclado feitos pela Ibaplac. As casas terão 20 metros quadrados e no total são utilizadas 63 chapas e 16 telhas recicladas, com cerca de 40 mil embalagens.

As primeiras dez casas serão construídas em São Paulo, capital. Numa segunda fase, mais 16 no Estado e 12 na Bahia, ainda em 2020.

Os consumidores também podem fazer parte do projeto descartando suas embalagens em pontos de coleta. A ação acontece em parceria com o projeto Rota da Reciclagem, da TetraPak.

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