Mara Gama

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Morada da Floresta, 11, lança composteira com BOPP reciclado

Empresa insere laminado de embalagens de alimentos na composição das novas peças plásticas

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Leve, moldável, resistente mesmo lâminas finas, impermeável, fácil de imprimir. As qualidades fazem com que o BOPP, a sigla para película de polipropileno biorientada (biaxially oriented polypropylene), seja usado em uma profusão de embalagens de salgadinhos, barras de cereais, rótulos de garrafas PET, sopas, bombons, pacotes de presentes.

E também nos snacks da marca Mãe Terra, empresa de alimentos naturais e orgânicos que fornece esses produtos para a Gol.

Apesar do uso generalizado, o BOPP é reciclado raramente, muitas vezes em produtos artesanais que apenas retardam sua disposição inadequada no meio ambiente.

A nova composteira feita com plástico BOPP. usado em embalagens de alimentos e  que hoje é muito pouco reciclado no país
A nova composteira feita com plástico BOPP. usado em embalagens de alimentos e que hoje é muito pouco reciclado no país - Divulgação

Há dois anos, durante uma viagem em 2018 para participar de uma palestra, Claudio Spinola pensou que a montanha de embalagens dos lanches servidos a bordo poderia ser reciclada após o uso e entrar como parte da composição de suas composteiras.

A ideia de fechar o ciclo econômico, com o uso de resíduos na produtos, é o que move a Morada da Floresta, empresa de Claudio famosa pelos minhocários, pelas fraldas e absorventes de pano e pelos berços de papel, esses dois últimos projetos tocados por Ana Paula Silva, da Morada, em parceria com Bela Gil.

A proposta chegou até a Mãe Terra, que topou o projeto. Ainda segue no horizonte de Claudio, que espera que os demais responsáveis pelo caminho das embalagens após o uso dentro dos aviões se disponham a avaliar uma solução integrada.

Mas a viabilidade técnica está comprovada e chega ao mercado na forma de uma nova composteira com 100% de BOPP reciclado em sua composição, comemorando os 11 anos de atividade da Morada da Floresta nesta sexta, 3 de julho.

A nova série especial de mil composteiras é feita com embalagens da Mãe Terra ainda não usadas. Elas seriam descartadas por causa de uma mudança de informação no rótulo e as empresas sempre descartam esse tipo de produto com zelo para evitar falsificações.

 Claudio Spinola, criador da Morada da Floresta, que comemora 11 anos da empresa de soluções ambientais
Claudio Spinola, criador da Morada da Floresta, que comemora 11 anos da empresa de soluções ambientais - Divulgação

Depois dessa primeira leva, as composteiras serão feitas com material já usado, colhido com algumas das poucas empresas que segregam embalagens de BOPP.

Claudio agora tenta “sensibilizar” grandes empresas que possam organizar a separação de embalagens desse tipo nas cooperativas de reciclagem, mostrando que é possível obter produtos de boa qualidade com o material.

Não é de hoje que a Morada se preocupa com os materiais. Já usa o plástico-alumínio que vem da reciclagem das embalagens longa-vida da Tetrapak na composição de seus produtos.

A empresa, que participou do Empreendedor Social da Folha, foi protagonista do projeto de compostagem urbana Composta São Paulo, que distribuiu mais de 2 mil composteiras para famílias sorteadas na cidade, tem longo currículo na economia verde. Em 2017, atuou num projeto de compostagem nas escolas em Ilhabela. Em 2018, forneceu material para a experiência de compostagem caseira em Rancho Queimado.

Está finalizando um desenho de composteira para grandes geradores, que deve estar pronta em 2021.

“O cenário era diferente há 11 anos, quando começamos. O público com quem a gente falava era muito restrito. Nesses anos, a questão dos resíduos ganhou mais destaque. A conscientização sobre a urgência das medidas de combate às mudanças climáticas também ajudou”, analisa Claudio.

“Com a pandemia, as pessoas ficaram mais em casa, analisando mais os seus hábitos. Isso também ajudou. Hoje já não é tão estranho separar seu lixo, fazer compostagem. Nós tivemos que inventar não só o produto que efetivamente criamos, mas a solução da compostagem doméstica adequada a qualquer ambiente. Entramos nas casas mais convencionais, desenvolvendo melhor o design do produto, com a Humi. Ter um material reciclado é parte de nosso pensamento verde, está em todas as nossas práticas”, finaliza.

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