Marcella Franco

Marcella Franco é jornalista, escritora e repórter colaboradora da Folha, onde assina o blog Do Meu Folhetim.

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Apoio para ser gigante

Duas biografias e um ensaio retratam três mulheres gigantes

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Talvez por não serem lixo didático, ou porque são de fato excelentes, três montões de amontoados de muita coisa escrita enriqueceram o final de 2019. A saber: "Prólogo, Ato, Epílogo - Memórias", "Elis e eu: 11 anos, 6 meses e 19 dias com minha mãe", e "Pós-F: Para além do masculino e do feminino".

Duas biografias assumidas e outra camuflada de ensaio, os livros —que é como todos chamam aquilo que o presidente da República definiu da maneira acima— retratam três mulheres gigantes.

No calhamaço sobre Fernanda Montenegro, está boa parte de seus 90 anos. João Marcello Bôscoli descreve um recorte dos 36 anos de Elis Regina, enquanto Fernanda Young se valeu de seus 49 breves anos para opinar sobre feminismo.

Em comum, além da arte, está o fato de que também foram mães de pelo menos duas crianças cada. E, mesmo com meninos em casa, não precisaram abrir mão de suas carreiras nem aturar ganhos inferiores por sua condição familiar. 

Um privilégio, em um país onde 92,6% da população feminina com 14 anos ou mais realiza afazeres domésticos e cuidados de pessoas, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). E onde a consequente obrigação à dupla jornada vira uma das principais razões para a ausência feminina no mercado.

Nos livros lançados, e no que já se sabia de Fernanda, Elis e Fernanda, vê-se que contaram com um fator essencial às mães que sonham trabalhar: a rede de apoio.

Ali, havia maridos dispostos à paternidade. Quando não há, uma comunidade funcional disponibiliza cooperação de outras figuras, generosas e cientes da condição estruturalmente mais desfavorável da mulher neste aspecto. Amigos, parentes.

Ler histórias de quem foi capaz de viver todos os papéis que quis é estimulante. Faz a mulher fantasiar uma vida em que nenhuma de suas escolhas cobre fortunas, e onde haja sempre espaço para ser gigante.

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