Marcia Dessen

Planejadora financeira CFP (“Certified Financial Planner”), autora de “Finanças Pessoais: O Que Fazer com Meu Dinheiro”.

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Regra 1-3-6-9 indica quanto poupar

Confira a medida certa que coloca em equilíbrio as finanças do presente e do futuro

A preparação para o futuro é um processo complexo e cheio de incertezas. São tantas as preocupações que requerem nossa ação imediata que as relativas a um objetivo distante acabam ficando de lado, mesmo que sejam de grande relevância.

Como despertar nas pessoas o senso de urgência sobre algo que nos parece importante, mas não tão urgente? Foi com esse intuito que Martin Iglesias, planejador financeiro certificado que atua no Itaú, desenvolveu a metodologia 1-3-6-9.

Mesmo quando cientes da importância e da urgência de poupar para o futuro, e desejosos de colocar o plano em ação, nós nos deparamos com dúvidas. Navegamos em direção a um rumo incerto e com pouca noção do caminho a seguir.

Notas de 20 reais na Casa da Moeda, no Rio de Janeiro
Notas de real na Casa da Moeda, no Rio de Janeiro - Fernando Frazão/Folhapress

​Martin quis simplificar o processo e responder, de forma descomplicada, quanto devemos acumular para a aposentadoria, na medida certa. Estava em busca de uma regra simples, que permitisse à pessoa saber se está no caminho certo. Assim nasceu a regra do 1-3-6-9.

Os números foram atribuídos às quatro idades consideradas chave na nossa vida financeira e indicam a quantidade de dinheiro, em renda anual, que deve ser acumulada até cada uma dessas idades. Para saber quanto devemos acumular, basta multiplicar o número pela renda anual.

O exemplo no quadro abaixo supõe renda anual estável de R$ 70 mil. Aos 35 anos, teremos acumulado R$ 70 mil, equivalentes a um ano de salário. Aos 45, R$ 210 mil, três vezes a renda anual. Aos 55, o montante acumulado será de R$ 420 mil, equivalentes a seis salários anuais, e, aos 65, nove vezes a renda anual nos levam a um montante de R$ 630 mil. 

A metodologia segue e sugere quanto da renda mensal (em %) deve ser poupado regularmente, ao longo da vida produtiva, para chegar aos “9”, aos 65 anos.

Ou seja, uma pessoa de 25 anos de idade deveria poupar 10% de sua renda, resultado de sua idade (25) menos 15. Se a pessoa começar um ano mais tarde, deverá poupar 11% da renda (26 - 15 = 11). Quanto maior a idade, maior será o esforço para chegar aos “nove”.

O 1-3-6-9 não pretende resumir todo o planejamento financeiro a uma regra, mas, de forma resumida, direcionar e chamar a nossa atenção para a necessidade de cuidar do futuro.

As premissas são: sobrevivência até os 80 anos; orçamento na aposentadoria, entre 65 e 80 anos, 25% inferior ao da vida ativa; rentabilidade real (acima da inflação) de 3% ao ano; inexistência de pensão do INSS. Se 30% do orçamento for coberto pelo INSS, o dinheiro dura até os 96 anos.

A regra sugere como equilibrar a distribuição dos recursos financeiros ao longo da vida, entre o presente e o futuro. Não queremos envelhecer sem dinheiro, nem deixar de viver a vida, poupando para um futuro que talvez seja mais breve do que o esperado.

 
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